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Gilmar paga acordo que enterrou Lava Toga e estende a bolsonarismo proteção dada a tucanos

Para quem defendia o fechamento do Supremo Tribunal Federal, passar a tratar Dias Toffoli e Gilmar Mendes como heróis da resistência é um processo que exige uma revolução mental. Josias de Souza, no UOL.

Da Redação

A defesa do senador Flávio Bolsonaro cogita enterrar antes do final do ano todos os processos contra ele resultantes do relatório que demonstrou movimentações atípicas na conta bancárias do ex-assessor Fabrício Queiroz, ex-PM amigo da família que serviu de faz tudo da família Bolsonaro.

Queiroz é suspeito de ser laranja da família, elo dos Bolsonaro com milícia da Zona Oeste do Rio de Janeiro suspeita de mandar matar a vereadora Marielle Franco, do Psol.

Queiroz, quando chefe de gabinete de Flávio, então deputado estadual no Rio de Janeiro, contratou mãe e esposa do miliciano foragido Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) do Rio.

Condenado em primeira instância por homicídio, em sentença depois anulada, Adriano foi alvo de duas homenagens de Flávio, contou com a presença de Jair Bolsonaro — então deputado federal — em seu julgamento e recebeu o privilégio de um discurso em sua defesa na Câmara Federal.

A pedido do Ministério Público Estadual do Rio, a Polícia Federal fará alerta à Interpol para colocar Adriano na lista internacional de procurados.

O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), de quem a vereadora Marielle havia sido assessora, quer que a investigação das milícias do Rio passe a ser feita pela Polícia Federal.

O presidente Jair Bolsonaro interveio na superintendência da PF no Rio de Janeiro para proteger o filho Flávio. Fez o mesmo ao desconhecer a lista tríplice do desmoralizado Ministério Público Federal na indicação do novo Procurador Geral da República e ao esmagar o Coaf, Conselho de Controle de Atividades Financeiras, órgão então ligado ao Ministério da Fazenda onde se originou o relatório que comprometeu Fabrício Queiroz.

Em junho deste ano, o presidente do STF, Dias Toffoli, já havia suspenso as investigações do Ministério Público Estadual do Rio contra Flávio, alegando que o uso do relatório do Coaf teria de ser precedido por decisão judicial.

Agora, o ministro Gilmar Mendes deu uma decisão mais ampla, suspendendo todos os procedimentos em andamento contra Flávio na Justiça. A defesa alegava que a decisão anterior de Toffoli havia sido descumprida.

Gilmar não só atendeu a Flávio, como mandou investigar os promotores do MPE-RJ.

Uma decisão definitiva sobre o caso, envolvendo os 11 ministros do STF, está pautada para novembro deste ano.

Flávio Bolsonaro deu uma pirueta política ao longo dos últimos meses. Ele passou a atuar contra a CPI da Lava Toga, um objeto do desejo de muitos bolsonaristas e lavajateiros que acusam o Supremo Tribunal Federal de acobertar corruptos.

Dentre os principais acusados figuram Dias Toffoli, ex-advogado do Partido dos Trabalhadores, e Gilmar Mendes, conhecido por conceder habeas corpus a investigados pela Lava Jato.

Gilmar soltou duas vezes o operador Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, suspeito de ser o caixa dois do PSDB e que, se fizer delação premiada, poderia colocar na cadeia o senador José Serra e o ex-chanceler de Michel Temer, Aloysio Nunes Ferreira.

Agora, Gilmar parece ter estendido ao bolsonarismo as benesses que antes reservava aos tucanos.

A CPI da Lava Toga caiu no esquecimento.

Alvo de ação da Polícia Federal, suspeito de receber com o filho propina de mais de R$ 5 milhões de empreiteiras, o líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), segue no cargo.

Ele articulou a aprovação do nome do novo PGR, Guilherme Aras, fez passar a reforma da Previdência e agora trabalha na aprovação do nome de Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador do Brasil em Washington.

Com apoio de Romero Jucá, com Supremo, com bolsonarismo, com tudo.

viomundo///