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Defesa de Lula deve usar livro de Janot para corretes ações da Lava Jato

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot – Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Integrantes do PT querem anexar o capítulo 15, intitulado “O objeto de desejo chamado Lula”, à ação que o ex-presidente move na ONU contra os métodos dos investigadores que o levaram à prisão.

No trecho do livro, Janot afirma que foi pressionado por integrantes da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba a sobrepor investigações contra Lula à de outros alvos da operação para dar força à denúncia do caso tríplex, aquela que ficou famosa pela apresentação de Powerpoint feita por Deltan Dallagnol. Um dos conselheiros de Lula diz que o relato é um exemplo da “obsessão da Lava Jato por Lula”. Bastaria então traduzir o capítulo para o inglês e enviar à ONU com a indicação: “Veja o que diz o próprio procurador-geral da República dos fatos da época, agora, em livro de memórias”.

Isso tudo faz parte dos efeitos da distribuição irregular do rumoroso livro de Rodrigo Janot em grupos de WhatsApp. Isso provocou uma corrida de advogados e políticos às páginas da obra, que ainda não foi oficialmente lançada, e muitos já encontraram material para incrementar atos contra a Lava Jato e a delação da JBS. Advogados de delatados também reviraram o livro de Janot. Eles já descobriram, por exemplo, que o ex-procurador-geral admite, na obra, ter recebido as gravações feitas por Joesley Batista para conseguir o acordo de delação antes do que consta em documento oficial.

A PGR registrou ter recebido áudios feitos por Batista no dia 7 de abril de 2017, segundo consta do termo de pré-acordo de colaboração premiada. Mas, no capítulo 17 de seu livro, Janot narra um cronograma diferente. O ex-procurador conta que, logo após ouvir as gravações, foi ao Supremo e disse a Edson Fachin, o relator da Lava Jato, o que tinha em mãos. Mais: ele descreve que deixou com o ministro uma cópia das conversas que tinha até então. Um ou dois dias depois disso, escreve Janot no livro, ele teria voltado a Fachin para dizer que seria necessário deflagrar ações controladas, em parceria com a PF, e que precisaria do aval do STF. Só então, registra, o pré-acordo de colaboração foi firmado. Pelo conteúdo, o livro tem sido chamado por juízes de “delação premiada”.

 

As informações são da Coluna Painel de Daniela Lima na Folha de S.Paulo.

 

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