Numa série escandalosa de enunciados idênticos aos do ex-presidente Lula, o apresentador da Globo, Luciano Huck, lançou-se – não oficialmente – à presidência da República para 2022. Ele disse: "eu não convivo bem com a polarização. Eu não sou um cara do grito, de falar alto. Eu não enxergo as pessoas que pensam diferente de mim como inimigos", discurso idêntico às recentes falas de Lula em entrevistas.
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca mais trechos da fala do apresentador a uma plateia de executivos, nesta segunda-feira (9), em São Paulo.
A matéria destaca que "enquanto desfiava histórias de pessoas que conheceu ao viajar o país para gravações do programa "Caldeirão do Huck", ele cobrou soluções para a desigualdade ("É decorrente da cultura escravocrata"), a miséria ("Lá [no norte de Minas] é fome, fome mesmo") e as favelas ("Viraram parte da paisagem, e não podem ser")."
O trecho a seguir impressiona pela semelhança com o discurso historicamente consagrado de Lula, inclusive nas referências: "a gente não acha que a gente vai discutir redução de desigualdade ou solução para a favela no Brasil com um monte de gente branca, rica, sentada numa mesa na Faria Lima."
Huck imitou Lula mais uma vez: "se a gente não fizer nada, este país vai implodir", resumiu, pausando a voz. "O abismo social é gigantesco, a desigualdade social é gritante. É inaceitável. Estou falando do fundo do meu coração."
Para completar, ele falou do "afeto", palavra sempre presente nas falas de Lula: "eu quero ser um cidadão cada vez mais ativo, eu quero contribuir como for possível para que o Brasil seja um país mais eficiente e mais afetivo."