O procurador Carlos Fernando, um dos principais e mais agressivos líderes da Lava Jato, agora aposentado, admitiu que Jair Bolsonaro era o candidato preferido da operação e que o PT era visto como inimigo por Moro e os procuradores. "É evidente que, dentro da Lava Jato, dentro desses órgãos públicos, de centenas de pessoas, existem lava-jatistas que são a favor do Bolsonaro", afirmou. "Naturalmente, na Lava Jato, muitos entenderam que o mal menor era Bolsonaro"
"Infelizmente, no Brasil, nós vivemos um maniqueísmo, né? Então nós chegamos… Inclusive, no sistema de dois turnos, faz com que as coisas aconteçam dessa forma. É evidente que, dentro da Lava Jato, dentro desses órgãos públicos, de centenas de pessoas, existem lava-jatistas que são a favor do Bolsonaro. Muito difícil seria ser a favor de um candidato que vinha de um partido que tinha o objetivo claro de destruir a Lava Jato. Seria muito difícil acreditar que…", afirmou ele ao programa GloboNews Painel. O relato foi publicado na coluna de Reinaldo Azevedo.
"Naturalmente, na Lava Jato, muitos entenderam que o mal menor era Bolsonaro. Eu creio que essa era uma decisão até óbvia, pelas circunstâncias que Fernando Haddad representava justamente tudo aquilo que nós estávamos tentando evitar, que era o fim da operação. Agora, infelizmente, o Bolsonaro está conseguindo fazer", acrescentou o procurador, que participou de um debate como advogado Walfrido Warde e conduzido pela jornalista Renata Lo Prete.
A uma semana do primeiro turno, Sérgio Moro, então juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, liberou a delação premiada de Antonio Palocci para prejudicar o PT, que tinha como candidato Fernando Haddad.
Moro recebeu o convite da equipe de Bolsonaro para ser ministro ainda durante a campanha eleitoral.