Cotação do dia

USD/BRL
EUR/USD
USD/JPY
GBP/USD
GBP/BRL
Trigo
R$ 115,00
Soja
R$ 180,00
Milho
R$ 82,00

Tempo

Estatal privatizada perde função social


Pochmann critica orientação privatista do governo que só privilegia o rentismo.

 

 

Ao analisar o anúncio feito nesta quarta-feira, pelo governo, da lista de 17 empresas estatais que serão privatizadas, entre elas Correios, Serpro e Telebrás, o economista Marcio Pochmann, presi-dente da Fundação Perseu Abramo, destacou que existe uma incompreensão em relação ao papel desempenhado pelas estatais, alimentada em parte pelo que se propaga na mídia tradicional. “Ontem (quarta-feira) foi anunciado um conjunto de empresas estatais a serem privatizadas e o argumento é de que elas seriam ineficientes por não apresentarem desempenho e lucro equivalentes aos do setor privado”, disse, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabanas e Glauco Faria no Jornal Brasil Atual.

“Não sei se é má-fé ou ignorância, mas em qualquer país do mundo a função de uma empresa estatal não é na verdade realizar as atividades de uma empresa privada, senão não haveria razão para a existência da empresa pública. Ela só existe porque o setor privado não consegue cumprir determinada função.”



Pochmann menciona a mudança do papel nos bancos públicos ocorrida nos governos Temer e Bolsonaro, uma reorientação para que atuassem como se fossem instituições privadas – resultando em aumentos dos juros e tarifas cobrados do público e em demissões e fechamento de agências, afetando condições de trabalho e também o público. “A função dos bancos públicos, por exemplo, de estar em regiões onde não há interesse do setor privado, nos municípios pobres, bairros da periferia da cidade porque ali dificilmente o banco privado vai ter a rentabilidade que justifique haver uma agência. E o que aconteceu no governo Temer para cá é que o setor público passou a ser operado de acordo com a lógica privada”, pontua.



Como exemplo dessa orientação do setor privado que não visa o bem geral, Pochmann cita a questão dos juros do cheque especial, que chegaram nesta semana ao maior nível em 25 anos. “Há também a questão dos juros do Brasil. Infelizmente, o que estamos vendo com a Selic, a taxa básica de juros decrescendo, quando comparamos com a inflação mais baixa ainda, continuamos com a taxa de juros real como uma das mais altas do mundo.”

 

Jornal Monitgr Mercantil///