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Tempo

Fogo na Amazônia provoca onda de protestos na Europa

Em várias cidades da Europa, manifestantes culpam política ambiental de Bolsonaro pelo aumento das queimadas no país.

 

Protestantes bloqueiam rua durante ato organizado por ativistas climáticos em frente à embaixada brasileira, no centro de Londres (AFP)

 

Com cartazes, faixas e gritos contra o presidente Jair Bolsnaro, dezenas de manifestantes realizaram protestos em cidades europeias diante de consulados e embaixadas do Brasil. O aumento das queimadas no Brasil, sobretudo na região amazônica, desencadeou uma onda de críticas que alcançou dimensão internacional e diplomática. Nesta sexta-feira (23), houve protestos em frente às Embaixadas do Brasil em Londres (Reino Unido), Paris (França), Madri (Espanha), Dublin (Irlanda), Berlim (Alemanha) e no Consulado Brasileiro em Genebra (Suíça) e em Nápoles (Itália).

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Em Londres centenas de pessoas gritavam "Salvem a Amazônia", "Fora Bolsonaro", e exibiam cartazes com frases "Parem com a destruição agora" e "Salvem nosso planeta". O grupo era formado principalmente por jovens, muitos acompanhados de seus filhos e de seus pets, em Londres. "Vimos as imagens horríveis (da floresta em chamas) e queremos fazer algo em solidariedade para com o povo do Brasil. Também temos filhos e gostaríamos que crescessem num mundo que tem seus pulmões", declarou Luisa Brown, professora de inglês de 36 anos. "Estou muito preocupada com a mudança climática, mas especialmente pelo impacto do agronegócio", afirmou Lucy Brown, de 41 anos, enquanto seus dois filhos, de 2 e 4 anos, corriam ao seu redor.

A manifestação em Dublin levou dezenas de pessoas a ocupar a entrada do edifício que abriga a embaixada brasileira. Em Barcelona, várias centenas de pessoas também se reuniram em frente ao consulado brasileiro. "Esses incêndios são causados com o consentimento do governo brasileiro que não faz nada para detê-los. Se há uma pessoa para culpar, é Jair Bolsonaro", disse à Aitor Urruticoechea, porta-voz da "Sextas-feiras para o futuro" na cidade catalã. O ramo holandês desse movimento realizou uma breve ação na famosa Praça Dam, em Amsterdã. Segundo a agência holandesa ANP, os manifestantes realizaram um protesto deitados no chão, como se estivessem mortos.

Os incêndios no Brasil aumentaram 85% este ano em relação ao mesmo período de 2018. Dados de satélite do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam até 22 de agosto 76.720 focos de incêndio – 1.384 a mais que no dia anterior –, com 52,6% na região amazônica. Outros 29,8% estão localizados no Cerrado e o restante em outros biomas, como a Mata Atlântica e o Pantanal, em alguns casos com efeitos em países vizinhos como Bolívia e Peru. O Brasil está na estação seca, quando os incêndios são frequentes, embora especialistas concordem que o aumento acentuado dos focos deve-se ao desmatamento, que também segundo dados do Inpe e de outras instituições aumentou exponencialmente nos últimos meses.

No Brasil, ONGs e ativistas convocaram manifestações para esta sexta, sábado e domingo em dezenas de cidades. Na sexta-feira, haverá atos em São Paulo, Santos (SP), Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Atalanta (SC). No sábado, estão programadas manifestações em Belo Horizonte, Manaus, Ribeirão Preto (SP), São Carlos (SP), Natal e Porto Velho. E no domingo, protestos devem acontecer no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Manaus. A mobilização via Facebook e outras redes sociais tem crescido ao longo do dia.

Celebridades como Madonna, Ricky Martin, Novak Djokovic e Leonardo DiCaprio acentuaram a pressão e organizações não-governamentais convocaram mobilizações em frente a embaixadas e consulados brasileiros, apesar de muitas vezes usarem fotos antigas ou de outros lugares.

 

AFP/dom total///