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“É linguagem de criminoso”, diz Gilmar Mendes sobre diálogos atribuídos à Lava-Jato

Ministro concedeu entrevista à Rádio Gaúcha nesta quarta-feira

07/08/2019 – 11h08minAtualizada em 07/08/2019 – 11h34min

 

 

Em entrevista ao programa Timeline Gaúcha nesta quarta-feira (7), o ministro do Supremo Gilmar Mendes criticou os procuradores da força-tarefa da Lava-jato, citados em vazamento de mensagens publicadas inicialmente pelo site The Intercept Brasil a partir do dia 9 de junho. Segundo o ministro, os procuradores "se constituíram numa verdadeira organização criminosa". 

— É linguagem de criminoso. É uma organização para combater o crime, mas é uma linguagem de criminoso, eles podem integrar qualquer organização criminosa. "Estamos fazendo algo ilegal, mas ninguém vai saber". Leia os textos para seus ouvintes e perguntem: isso é linguagem de magistrado? — indagou o ministro. 

A afirmação de Gilmar ocorre após o site El País Brasil divulgar, na terça-feira (6), supostos diálogos entre os procuradores da Lava-Jato nos quais teriam afirmado que estavam investigando Gilmar no âmbito da operação envolvendo Paulo Preto. Liderados por Deltan Dallagnol, planejaram coletar dados e informações sobre o ministrocom o objetivo de pedirem sua suspeição ou até seu impeachment. 

— Eu não me surpreendia se amanhã eles inventaram uma conta minha no Exterior (…) Eu não vou fulanizar, mas quem é capaz de fazer o que eles estavam fazendo naquele diálogo é capaz de falsear uma conta minha, um cartão de crédito — afirmou o ministro.

Nesta quarta-feira, Gilmar novamente foi personagem de reportagem com base nos vazamentos, desta vez do portal Uo . A publicação aponta que Dallagnol teria usado a Rede Sustentabilidade para driblar as limitações da força-tarefa e mover uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no Supremo — atribuição que não compete à Lava-Jato. A articulação teria envolvido o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e tinha o objetivo de impedir que Gilmar soltasse presos em processos que ele não fosse o juiz da causa. 

Em tom enfático, o ministro analisou como "extremamente grave e preocupante" as ações atribuídas aos procuradores. Para ele "afastados ou não eles não tem mais condições de exercer as funções. Se eles forem tomar qualquer ação já estarão com a ação de suspeita". 

— A corregedoria do CNJ do MP deve atuar, porque de fato se deixou um grupo de irresponsáveis à solta cometendo crimes. 

 

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