Partidos divulgaram nota nesta quinta-feira sobre atuação na Câmara dos Deputados. (Foto: Gilmar Felix/Câmara dos Deputados)
O PDT, o PCdoB e o PSB assinaram um acordo nesta quinta-feira (20) para a formação de um bloco de oposição na Câmara dos Deputados ao futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL). O PT, que terá 56 deputados a partir de 2019, foi excluído do grupo.
“(PDT, PSB e PCdoB) anunciam que, na próxima legislatura, comporão um bloco partidário que fortaleça as posições políticas e ação a ação parlamentar desses partidos que têm identidade histórica e mais aqueles que eventualmente ao bloco queiram reunir”, diz a nota conjunta.
O documento é assinado pelos líderes André Figueiredo (PDT-CE), Orlando Silva (PCdoB-SP) e Tadeu Alencar (PSB-CE). A partir do ano que vem, juntos, o três partidos terão 69 parlamentares.
Desde o início da campanha para a Presidência da República, o PT têm sofrido críticas de setores da esquerda. No segundo turno do pleito, Ciro Gomes, candidato do PDT, deixou o país e se recusou a fazer campanha para Fernando Haddad (PT). O irmão de Ciro, senador eleito Cid Gomes, chegou a criticar publicamente petistas em comício em Fortaleza.
O bloco é visto por parlamentares como um movimento de partidos de esquerda para organizar uma alternativa de poder diferente do PT.
Logo após o anúncio dos três partidos, Bolsonaro foi ao Twitter para falar sobre o assunto:
“PDT, PSB e PCdoB confirmam bloco de oposição a Bolsonaro na Câmara. Se me apoiassem é que preocuparia o Brasil!”, escreveu o presidente eleito em seu Twitter.
Eleição presidencial
Juntos o PSB, PDT e PCdoB elegeram 69 deputados para a próxima legislatura, que começa no ano que vem. A maior bancada da Câmara é do PT, que elegeu 56 deputados. A segunda maior bancada é do PSL, partido de Bolsonaro, que elegeu 52 deputados.
No primeiro turno da eleição presidencial, o PDT teve Ciro Gomes como candidato ao Planalto, mas ele recebeu 13,3 milhões de votos (12,4%) e ficou em terceiro lugar; o PSB não apoiou candidato.
Já no segundo turno, o PDT manifestou “apoio crítico” a Fernando Haddad (PT), e o PSB decidiu apoiar o petista.
O PCdoB compôs a chapa de Haddad com Manuela D’Ávila como candidata a vice-presidente da República.
Nota
Leia a nota dos partidos na íntegra:
“O Partido Socialista Brasileiro, o Partido Democrático Trabalhista e o Partido Comunista do Brasil, através dos líderes de suas bancadas na Câmara dos Deputados, anunciam que, na próxima legislatura, comporão um bloco partidário que fortaleça as posições políticas e a ação parlamentar desses partidos que têm identidade histórica e mais aqueles que eventualmente ao bloco queiram se reunir. Reafirmam, assim, que farão oposição ao governo eleito, em conformidade com o resultado e o desejo expresso pelas urnas, da defesa da Democracia, dos direitos sociais, dos valores éticos e republicanos, e defenderão ideias e propostas a favor dos interesses do País.
André Figueiredo, líder do PDT
Orlando Silva, líder do PCdoB
Tadeu Alencar, líder do PSB.”
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