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Desinteresse do eleitor pelo horário eleitoral na TV dificulta estratégias de candidatos

247 – O esgotamento de tecnologias e, sobretudo, da linguagem publicitária que marcou as campanhas eleitorais até aqui estabelece um cenário sem precedente e com uma taxa de imprevisibilidade respeitável. Em tempos de WhatsApp e Smartphone, o desinteresse do eleitor pelos programas televisivos dos candidatos não é pequeno e os marqueteiros correm contra o tempo para codificar o momento. Some-se isso ainda à conjuntura política devastada por um golpe e pelo truncamento do poder judiciário, que quer influenciar no resultado das eleições, contra tudo e contra todos – mas a favor de uma elite muito bem identificável. 

O jornalista Ricardo Balthasar, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, destaca essa circunstância eleitoral singular e chama a atenção para o esgotamento das linguagens: "as pesquisas mostram também que o interesse pelos programas dos candidatos vem diminuindo, mas ele ainda é grande, e é maior entre os eleitores mais pobres, cuja dependência da televisão como fonte de informação é maior. Ninguém com menos de 10% do tempo reservado para o horário eleitoral chegou ao segundo turno de uma eleição presidencial no Brasil até hoje, nota o cientista político Jairo Nicolau, da Universidade Federal do Rio de Janeiro."

Balthasar frisa o fato de que os dois líderes da eleições presidenciais até aqui apresentam desafios inéditos: "mas desta vez o primeiro colocado nas pesquisas, nos cenários em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é excluído, é o deputado Jair Bolsonaro (PSL), que tem 22% das intenções de voto e terá apenas 8 segundos para falar no horário eleitoral. Bolsonaro conta com seus milhões de seguidores na internet para se defender dos ataques sofridos na televisão e manter votos suficientes para chegar ao segundo turno, mas ninguém consegue prever se a estratégia terá resultado."