(2003-2010).
Ciro Gomes (PDT)
A candidatura presidencial do ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, de 60 anos, foi confirmada em março de 2018 pelo PDT e oficializada no fim de julho.
Por enquanto, é o nome ligado à esquerda que vai melhor nas pesquisas – só atrás de Lula. Segundo o Datafolha de junho, nos cenários eleitorais sem Lula, Ciro aparece em terceiro lugar, atrás de Bolsonaro e Marina, com entre 10% e 11% de intenção de votos. Os demais candidatos de esquerda não passam de 2% de intenção de voto.
Ainda segundo o Datafolha, o pedetista tem uma rejeição de 23% do eleitorado – abaixo da rejeição de Lula (36%), Bolsonaro (32%), Alckmin (27%) e Marina (24%).
A falta de aliados para fortalecer a candidatura é um obstáculo para Ciro – ao final da temporada de convenções partidárias, ele acabou isolado. Foi preterido pelo PSB (que optou pela neutralidade após um acordo com o PT), e pelo PC do B, que fechou aliança com os petistas.
O estilo franco e impulsivo que há anos rende a Ciro a fama de "destemperado" pode ser um empecilho. "Todo mundo já teve uma palavra mal dita ou foi mal interpretado", pondera Lupi.
Ciro já foi prefeito de Fortaleza, deputado estadual, deputado federal, governador do Ceará e ministro dos governos Itamar Franco (Fazenda) e Lula (Integração Nacional). Sua vice será a senadora do PDT Kátia Abreu.
Passou por sete partidos em 37 anos de vida pública. Já concorreu à Presidência duas vezes, em 1998 e em 2002.
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Álvaro Dias (Podemos)
O ex-tucano Álvaro Dias, de 73 anos, ganhou fama no Senado por ser um ferrenho crítico da gestão petista e integrante ativo de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito).
No ano passado, ele trocou o PV pelo Podemos – antigo PTN – com a expectativa de se lançar candidato, mas ainda enfrenta o desafio de se tornar um nome mais conhecido nacionalmente, capaz de conseguir mais que os 4% de votos sinalizados pelas pesquisas.
Estimativas iniciais indicam que ele teria cerca de 12 segundos no rádio e na televisão, se não conseguir qualquer aliança com outros partidos.
Álvaro Dias cursou História e está no quarto mandato consecutivo de senador. Já foi vereador, deputado estadual, deputado federal e governador do Paraná. É de uma tradicional família de políticos do Estado.
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João Amoêdo (Novo)
O ex-executivo do sistema financeiro João Amoêdo, de 55 anos, se afastou da presidência do partido que ele próprio ajudou a criar em 2015 para ser lançado pré-candidato à Presidência. Pelas regras do Novo, candidatos não podem exercer funções partidárias nos 15 meses anteriores à eleição.
Amoêdo não é um candidato conhecido. Tem viajado o país para fazer palestras na tentativa de tornar-se mais popular. No Datafolha de junho, Amoêdo obteve no máximo 1% da intenção de votos.
Novato em eleições gerais, o partido de Amoêdo conta com o apoio de profissionais liberais, de economistas que ocuparam cargos importantes no governo de FHC, como Gustavo Franco, e tem entre seus quadros o ex-treinador de vôlei Bernardinho. A legenda ainda tenta atrair tucanos descontentes que estão deixando o partido.
A maioria dos quadros do partido, contudo, é neófita das urnas.
Formado em Engenharia Civil e Administração, Amoêdo começou a carreira profissional trabalhando para bancos e chegou a ser vice-presidente do Unibanco e membro do conselho de administração do Itaú-BBA. Atualmente, é sócio do Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças.
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Guilherme Boulos (PSOL)
Em março, o PSOL anunciou o nome do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, de 36 anos, como candidato à Presidência. A chapa terá como candidata a vice-presidente a ativista indígena Sônia Bone Guajajara, também do PSOL.
No Datafolha de junho, Boulos obteve no máximo 1% da intenção de votos.
Para o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), é mais fácil o partido se coligar com movimentos da sociedade civil organizada do que com partidos políticos. "Há um descrédito muito grande, as pessoas estão com nojo dos partidos", diz Alencar.
Boulos venceu a disputa interna no PSOL, que tinha como pré-candidatos os economistas Plínio de Arruda Sampaio Jr., Nildo Ouriques e Hamilton Assis, militante do movimento negro. Em julho, o partido oficializou a chapa formada por Boulos e Sônia.
O PSOL avalia que o grande desafio será cumprir a cláusula de barreira que exige para 2018 1,5% dos votos em nove Estados para que as legendas continuem recebendo fundo partidário e tendo acesso a inserções no rádio e na televisão.
A legenda terá cerca de 13 segundos de propaganda eleitoral, mas vai conseguir participar dos debates por ter uma bancada com seis deputados.
Professor e escritor, Guilherme Boulos é formado em Filosofia pela USP, tem especialização em Psicologia Clínica pela PUC-SP e mestrado em Psiquiatria pela USP. É membro da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, no qual milita há 16 anos, e da Frente Povo Sem Medo.
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Henrique Meirelles (MDB)
O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de 72 anos, começou a construir a sua candidatura presidencial em abril deste ano, quando deixou o cargo no governo de Michel Temer e trocou o PSD por seu partido atual, o MDB.
No começo de agosto, a candidatura de Meirelles foi oficializada pela convenção do MDB – mesmo com a oposição de alguns caciques regionais do partido, como Renan Calheiros (Alagoas), Roberto Requião (Paraná) e Jarbas Vasconcelos (Pernambuco), entre outros. Meirelles teve 357 dos 419 votos dos convencionais, ou 85% do total.
Mesmo assim, a falta de popularidade ainda é um obstáculo a ser superado. No Datafolha de junho, Meirelles obteve 1% da intenção de votos.
A trajetória profissional de Meirelles está ligada à área financeira internacional. Antes de ser presidente do Banco Central, entre 2003 e 2011, no governo Lula, foi o principal executivo do BankBoston. Antes de assumir a Fazenda, Meirelles atuou por quatro anos como presidente do conselho de administração da J&F Investimentos, holding criada pela família Batista e controladora do frigorífico JBS, envolvido em escândalos de corrupção.
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