A morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSoL-RJ), na noite de quarta-feira, após um evento na Zona Central da capital fluminense, mobilizou 1,16 milhão de menções no Twitter entre as 22h do dia 14/03 e as 16h desta sexta-feira. Apenas nas últimas 24h (entre as 16h de 15/03 e as 16h de 16 de março), foram 611,1 mil menções. O maior pico de menções foi identificado às 21h do dia 15/03, com cerca de 1,14 mil tuítes por minuto. Nessa hora, aconteciam manifestações em diversas cidades do país em homenagem à vereadora.
O nome da vereadora aparece na grande maioria das publicações (82% do debate), em 952 mil menções. Além de palavras relacionadas a Marielle, entre as 10 palavras mais usadas no debate estão "mulher" e "negra" , em 116,1 mil menções (ou 10%) cada; "assassinato" , "execução" e "assassinada" (8%, 92,9 mil cada); e "executada" (7%, 81,3 mil).
A hashtag #mariellepresente foi a mais usada no debate, aparecendo em 150,9 mil postagens (ou 13%), seguida das hashtags #mariellefranco e #nãofoiassalto, em 34,8 mil postagens (ou 3%) cada. Outras hashtags muito usadas são #mariellefrancopresente, #luto e #andersonpresente, em cerca de 11,6 mil postagens (ou 1%) cada. Essa última se refere ao motorista do carro em que Marielle estava no momento do ataque, Anderson Pedro Gomes, que também acabou morto.
A postagem mais compartilhada nesse período, com mais de 32 mil retuítes, rebate críticas direcionadas a Marielle. Essa postagem faz coro com a maior parte das menções no debate, que levanta questionamentos a respeito das motivações da morte da vereadora. Outras postagem com grande repercussão fazem referência ao motorista Anderson Pedro Gome, também morto no ataque, bem como à repercussão que o fato teve no cenário internacional.
Os três perfis que tiveram maior influência no debate – cujas postagens foram mais compartilhadas, citadas e comentadas – são o da usuária onika (@badgcat); o do PSOL (@PSOLOficial), partido ao qual Marielle era filiada; e o da usuária Renata Ventura (@rehventura), que comentou sobre a repercussão internacional da morte da vereadora.
De 22h da quarta (14) às 18h de sexta-feira, a Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) identificou 84,6 mil tuítes em inglês e 133 mil em espanhol, com uníssona manifestação de apoio a Marielle, cobrança de respostas e em defesa das agendas que a vereadora proclamava, como os direitos humanos, a atuação da polícia e a proteção a minorias.
Entre as menções em inglês, os EUA respondem por 38% do debate geolocalizado, com 8% do Reino Unido e 3% do Canadá. Entre as menções em espanhol, a América Latina responde por quase todo o debate, com a Argentina concentrando 32% das menções, a Espanha, 13%, o Chile, 11%, a Venezuela, 9%, e México e Colômbia, ambos com 5%.
Militares devem deixar Vila Kennedy, no Rio, em três semanas
Os militares que fazem patrulhamento diário na Vila Kennedy, na zona oeste do Rio, há dez dias, deverão deixar a comunidade no prazo de duas a três semanas. A informação foi divulgada hoje pelo porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), coronel Carlos Cinelli.
Mesmo antes da realização dos patrulhamentos diários, os militares vinham fazendo, desde 23 de fevereiro, ações rotineiras de remoção de barricadas e de cerco à comunidade.
– Vamos retirar os efetivos da Vila Kennedy para que a Polícia Militar possa efetivamente assumir o patrulhamento da comunidade – disse o coronel.
Segundo Cinelli, a ocupação da Vila Kennedy está servindo para que o Gabinete da Intervenção Federal colha lições e para que o processo seja aprimorado ao longo da intervenção.
Segundo ele, a ocupação da Vila Kennedy prevê três etapas. A primeira foi chamada de "estabilização inicial".
– Nós tivemos que remover obstáculos das vias, mandados de prisão foram cumpridos e a checagem de mandados de prisão em desfavor de alguns cidadãos também foi executada pela Polícia Civil. Foi um conjunto de atividades iniciais – destacou.
A segunda etapa, disse Cinelli, envolveu patrulhamentos dinâmicos com efetivos menores de militares e em conjunto com a Polícia Militar. A última fase está ocorrendo com a saída dos militares e a entrega do patrulhamento aos PMs.
– O comandante-geral da Polícia Militar já esteve reunido com o general Braga Netto e o general conversou para que o modelo aplicado ali não retroceda no sentido de que a população volte a ser achacada e tiranizada com a intensidade que estava sendo.
Segundo Cinelli, o Gabinete da Intervenção trabalha atualmente no planejamento das próximas operações envolvendo as Forças Armadas.
Policial assassinado – O sargento da Polícia Militar Rogério Lima dos Santos, de 37 anos, morreu durante uma operação ontem na favela da Caixa D’Água, em Queimados, na Baixada Fluminense. Segundo o Disque Denúncia, o sargento foi o trigésimo policial assassinado neste ano no estado do Rio de Janeiro.
Santos estava na PM há 18 anos e era solteiro. O Disque Denúncia está oferecendo uma recompensa de R$ 5 mil por informações que levem à identificação e prisão dos envolvidos na morte do sargento.
Quem tiver informações pode entrar em contato com o Disque Denúncia pelos seguintes canais: Whatsapp ou Telegram do Portal dos Procurados (21) 98849-6099; central telefônica (21) 2253-1177; por meio do Facebook/(inbox); ou pelo aplicativo do Disque Denúncia RJ.
Também um ataque a tiros matou três homens e deixou uma criança ferida em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, na noite de ontem. Segundo a PM, os tiros teriam sido dados por criminosos que passaram de carro, na Rua União, no bairro Nova Cidade.
Ainda segundo a PM, quando os agentes chegaram ao local encontraram dois homens mortos, além de uma criança e outro homem, que seria o pai dela, feridos. Os atiradores já tinham fugido.
O homem e o menino foram levados para o hospital, mas o adulto não resistiu aos ferimentos e morreu. Já a criança está internada no hospital Alberto Torres, mas ainda não foram divulgadas informações sobre o estado de saúde dela.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.
Com informações da Agência Brasil





