Cotação do dia

USD/BRL
EUR/USD
USD/JPY
GBP/USD
GBP/BRL
Trigo
R$ 115,00
Soja
R$ 180,00
Milho
R$ 82,00

Tempo

OAB apoia ação que pede destruição de grampos que pegaram advogado de Lula

OAB decidiu apoiar o pleito dois dias depois de mais de 230 advogados e juristas divulgarem um manifesto no qual defendem a destruição das gravações.

 

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu  apoiar a ação movida pelo escritório Teixeira, Martins & Advogados,  que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato, para  destruir as mais de 13 horas de interceptações telefônicas feitas com  autorização do juiz Sérgio Moro a partir do telefone central do  escritório.

A OAB decidiu apoiar o pleito dois dias depois de mais de 230 advogados e  juristas, entre eles alguns dos mais importantes do País, divulgarem um  manifesto no qual defendem a destruição das gravações e a entrada da  entidade no caso.

No dia 8 de novembro o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do  processo no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negou pedido  para destruir as gravações alegando que não havia urgência para uma  decisão.

Em 2015, Moro autorizou a interceptação telefônica do ramal central do  escritório alegando que o número constava como sendo da Lils, empresa de  palestras de Lula. Segundo o escritório, durante 27 dias foram  grampeadas 417 conversas de 25 advogados que somam mais de 13 horas de  gravações.

Durante meses estas conversas ficaram disponíveis a todos as partes  envolvidas na Lava Jato até que o próprio Moro decidiu pelo sigilo das  gravações. Na época o juiz argumentou que o dono do escritório, Roberto  Teixeira, advogado e compadre de Lula, era "diretamente investigado".  Teixeira é réu em processo relativo à Lava Jato por suspeita de auxiliar  a Odebrecht a repassar valores para o ex-presidente. Ele nega as  acusações.

Segundo o escritório, recentemente um dos procuradores da força-tarefa de Curitiba pediu autorização para acessar os áudios.

Ao ingressar como parceiro de Teixeira na ação que corre no TRF-4, a OAB  nacional argumenta que as interceptações ferem o direito ao sigilo das  comunicações entre advogado e cliente.

"Não é possível admitir a interceptação e a manutenção das provas dela  decorrentes, para se descobrir se um dos advogados da sociedade de  advogados estaria ou não envolvido em crimes. Isto porque, após anos de  tramitação, mesmo após o reconhecimento por parte da autoridade coatora  de que houve um equívoco na quebra do sigilo telefônico do escritório,  as provas não foram excluídas e, agora, uma decisão fundamentação  relevante determina a sua manutenção enquanto durar o processo. Isso é  um absurdo!", alega a OAB.

Segundo a entidade, o fato de Teixeira ser réu não é suficiente para a manutenção das gravações.

"Se um desses passou a ser investigado, ainda assim, não é razoável,  como primeira medida, a determinação de interceptações de seus telefones  – muito menos de terceiros, como no caso em apreço – uma vez que estava  no seu regular exercício profissional, na defesa de seu cliente", diz a  OAB.

No ofício endereçado a Gebran Neto, a entidade faz questão de salientar  que não se trata de interferência quanto ao mérito das investigações mas  apenas de uma tentativa de assegurar o respeito às prerrogativas  profissionais dos advogados.

Agência Estado/dom total///