"A imagem acima, capa do site da Veja, mostra bem a culpa ampla, geral e irrestrita dos que foram escolhidos, sejam os vodos de esquerda ou de direita. Se é verdadeiro ou falso, pouco importa. Se é o método de financiamento das campanhas políticas sabido de todos ou se é negociata para enriquecimento pessoal, também não tem relevância. O que importa é que toda a política brasileira está nas mãos de homens que não foram escolhidos pela população", escreve Fernando Brito, do Tijolaço.
Por Fernando Brito, do Tijolaço
Lula, Dilma, Fernando Henrique, Aécio, Calheiros, Jucá, Temer, Maia, Eunício, Serra, Anastasia, Paes, Cabral, Mantega, Wagner, a lista vai até onde você quiser. E se alguém ficou fora, ainda há outras, além da Odebrecht, para mostrar os favores que fez.
A imagem acima, capa do site da Veja, mostra bem a culpa ampla, geral e irrestrita dos que foram escolhidos, sejam os vodos de esquerda ou de direita.
Se é verdadeiro ou falso, pouco importa. Se é o método de financiamento das campanhas políticas sabido de todos ou se é negociata para enriquecimento pessoal, também não tem relevância.
O que importa é que toda a política brasileira está nas mãos de homens que não foram escolhidos pela população.
Um acerto obscuro entre um juiz, promotores e policiais produziu “verdades” que, embora não sejam desprovidas de algum fundamento – porque está para aparecer uma democracia burguesa onde o dinheiro não busque o poder – é hoje a alma mater da política no Brasil.
Trocamos a busca da felicidade pela “retidão moral” (ou a que a corporação punitiva e a mídia nos deixam ver descuidada), os rumos pelos juízos de honradez, apenas.
Pessoalmente, procuro ter ambos, mas sabendo que por isso este é o Tijolaço, blog modesto, não a Veja ou a Globo. mas isso é ficar fora da disputa de poder e, mesmo na minha pequenez, sei que isso é um fustigamento, não uma guerra em que é, indispensavelmente, preciso vencer, em nome do país e de seu povo.
A disputa política é uma guerra, como todas elas com seus lances ocultos e nada angelicais.
Estamos vendo um deles, agora, onde a direita corta fundo em sua própria cerne, destruindo seus ícones, para buscar legitimar a exclusão de Lula da disputa de 2018.
Ou alguém acredita que o objetivo seria o de “restaurar a moralidade” quando se vive um processo que entrega o governo a escroques e a Presidência a um quadrilheiro que fica, explicitamente, fora do processo por uma questão temporal de seus achaques?
Quando se institui um governo que tem como “méritos” cortar verbas da Saúde, da Educação, pensões e aposentadorias humildes, vender as terras e os minérios do Brasil, entregar nosso agora abundante petróleo?
Só o que isso tem aberto de horizontes ao Brasil são neanderthals políticos, como Bolsonaro e Dória, nem mesmo uma alternativa conservadora minimamente capaz de conviver com a realidade, transformando-a.
O Brasil é terra fértil para os selvagens.
Se não entendermos isso e soubermos aglutinar as parcas resistências ao autoritarismo, agindo para além de um moralismo primário, estaremos condenados a viver sob o tacão de um suposto moralismo que legitia o saque corrupto da riqueza e do futuro deste pais, onde o “imoral” é alguém se aposentar aos 60 anos de idade e não sermos drenador de nossas riquezas.
Eu quero que o futuro do meu país seja descido nas urnas, não nos tribunais.
Nelas, quem condena e absolve sou eu, é você, somos todos.
Não merecemos ter sequer a chance de que alguém que não nos usurpe este direito.