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FHC confessa caixa dois na sua reeleição

No terceiro volume de seus "Diários da Presidência", lançado neste mês, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu a possibilidade de caixa dois eleitoral em sua campanha à reeleição em 1998; a acusação de caixa dois, embora tenha sido manchete da Folha de S.Paulo em novembro de 2000, teve pouca repercussão  nacional; na ocasião, a campanha teria recebido R$ 10,1 milhões acima dos R$ 43 milhões de receita que foram declarados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE);no início deste mês, FHC saiu em defesa do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que teria pedido auxílio da Odebrecht para campanhas do partido em 2014

 

28 DE MARÇO DE 2017 ÀS 05:14 // 

247 – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admite a possibilidade de sua campanha de reeleição em 1998 ter recebido recursos não contabilizados. FHC deixou esta hipótese em aberto em um comentário gravado que fez no dia 13 de novembro de 2000, registrado no terceiro volume dos “Diários da Presidência”, lançado este mês.

Na ocasião, FHC reagia à publicação pelo jornal “Folha de S.Paulo” de uma matéria sobre uma planilha eletrônica que seria de seu comitê eleitoral, informando que a campanha teria recebido R$ 10,1 milhões acima dos R$ 43 milhões de receita que foram declarados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As informações são de reportagem do Valor

“’As contas foram prestadas e, quanto eu saiba, razoavelmente bem; declaramos R$ 43 milhões, enquanto o PT , ridiculamente, declarou gastos de R$ 2 milhões, o que sugere, aí sim, caixa dois para valer. É possível que algum empresário não queira declarar o que deu, mas no geral é claro que eu, como presidente da República, não teria porque não declarar a imensa maioria do que a campanha recebeu”, disse o então presidente na ocasião.

Embora tenha sido a manchete do jornal, o material teve pouca repercussão no restante da imprensa. FHC reclamou no dia 14 das críticas que recebia. ‘Tem gente que não tem noção do que é construir um país nem um Estado, e ficam confundindo alhos com bugalhos, numa tentativa permanente de mostrar que todos são farinha do mesmo saco, que são todos iguais, que é tudo ladrão, tanto faz Maluf (Paulo, deputado federal e adversário de FHC à época), Mário Covas (governador de São Paulo, 1930-2001), eu ou quem quer que seja, Lula (Luiz Inácio Lula da Silva, sucessor de FHC), que é tudo a mesma porcaria’.

Na visão de Fernando Henrique há dezesseis anos, a generalização era uma prova ‘do mercado vencendo o Estado, a versão mais pura do neoliberalismo. Delenda o representa político do povo, porque o que vale é o mercado’.

No início deste mês, Fernando Henrique saiu em defesa do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que teria pedido auxílio da Odebrecht para campanhas do partido em 2014. ‘Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa dois para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção’, afirmou em nota."