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FAMURS sinaliza apoio a medidas do governo

Cerca de 200 prefeitos da Federação de Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) estiveram no Palácio Piratini, para ouvir o governador José Ivo Sartori (PMDB) e secretários a respeito do pacote de medidas do Estado para controlar a crise financeira; a reunião, que estava prevista para ser realizada na sede da entidade, acabou sendo transferida para o Galpão Crioulo do Palácio por “questões de segurança”; em frente ao local, servidores públicos de fundações com extinção prevista no pacote, protestavam com buzina e cânticos contra o governo do Estado

5 DE DEZEMBRO DE 2016 ÀS 16:24 // 

Fernanda Canofre, Sul 21 – Cerca de 200 prefeitos da Federação de Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) estiveram no Palácio Piratini, na manhã desta segunda-feira (05), para ouvir o governador José Ivo Sartori (PMDB) e secretários a respeito do pacote de medidas do Estado para controlar a crise financeira.

A reunião, que estava prevista para ser realizada na sede da entidade, acabou sendo transferida para o Galpão Crioulo do Palácio por “questões de segurança”. Em frente ao local, servidores públicos de fundações com extinção prevista no pacote, protestavam com buzina e cânticos contra o governo do Estado.

Durante mais de duas horas, Sartori falou aos prefeitos sobre medidas que serão adotadas para “arrumar a casa”. O governador também se desculpou por não estar cumprindo compromissos assumidos por ele junto aos municípios gaúchos. Segundo dados da Famurs, os atrasos do governo gaúcho com os municípios incluem R$ 300 milhões em atrasos de repasses à saúde, R$ 100 milhões para transporte escolar e R$ 6 milhões em fundos de assistência social.

A entidade disse ter ido ao Piratini em busca de “uma solução republicana”. A ideia principal da reunião era apresentar o pacote para prefeitos, mas incluindo os impactos que as medidas previstas nele podem ter para os municípios do Estado. Porém, nenhuma proposta concreta neste sentido foi apresentada.

“Estamos mostrando e negociando que queremos fazer um novo Estado. Cada prefeito, a sociedade tem que entender esse processo e não é um processo de troca, é um processo de reafirmarmos que o Estado do Rio Grande do Sul volte a ser um Estado que dê esperança para sua população, que não pode mais continuar gastando mais do que arrecada”, declarou à imprensa o secretário geral de governo, Carlos Búrigo.

O secretário disse ainda que o discurso oficial do governo tem sido de que “não são culpados por essa crise, mas fomos eleitos para resolver”. Búrigo admitiu também que o trabalho do Piratini como um todo agora foca em convencer deputados e partidos da importância de aprovar o pacote de Sartori.

Famurs sinaliza apoio integral a Sartori

O texto que seria apresentado pela Famurs com um posicionamentos sobre o pacote acabou sendo adiado. Depois da reunião com o governador, a diretoria da entidade deve se reunir nos próximos dias para decidir como será feita a consulta interna entre os prefeitos gaúchos. A consulta deve votar apoio integral ou rejeição, já que seria difícil analisar pautas em separado. 

O presidente da Federação, Luciano Pinto (PDT), prefeito de Arroio do Sal, sinalizou para um apoio total ao pacote. Segundo ele, o plano do governo está sendo “bem acolhido” entre os prefeitos. Dois dos partidos de base do governo – PMDB e PP – têm juntos mais de 260 prefeituras do Estado.

“A população gaúcha não está vendo retorno e para manter a estrutura estatal, o oficialismo, isso é inadmissível. Eu, como funcionário público, amanhã ou depois, minha mulher também é professora, o que os funcionários públicos têm que entender é que lá na frente não vai ter mais recursos. Se o remédio é amargo agora, logo ali na frente não vai ter mais remédio”, declarou Pinto.

A questão PDT

Luciano Pinto também falou sobre a possibilidade do seu partido – PDT – deixar a base do governo antes da votação do pacote na Assembleia Legislativa. O PDT decide em reunião nesta segunda se segue na base ou sai.

“Eu respeito o meu partido, tenho história e tradição, mas, veja bem, o PDT entrou no governo e esse momento é de firmar compromisso com o Estado do Rio Grande do Sul. Tenho certeza que o partido não vai fugir disso, respeito a posição do meu partido, mas entendo que se porventura saia, [seja] depois de votar o projeto, aí sim vamos estar sendo coerentes e é isso que a sociedade espera de nós”, afirmou ele.

O líder do governo no legislativo, deputado Gabriel Souza (PMDB), afirmou que o governo está conversando individualmente com partidos da base “para convencê-las da importância de aprovar essas medidas”.

“Não pela questão do partido de ocasião no governo do Estado, no caso o PMDB, ou também pela composição política que faz, mas pelo futuro do Rio Grande do Sul. O Rio Grande do Sul tem posição política para tomar neste final de ano se vai continuar nesse velho modelo que não deu certo ou se vai partir para um novo modelo enxuto, mais ágil e mais eficiente”, declarou Souza.

Segundo ele, o governo quer votar o pacote até o final do ano. Caso a Assembleia Legislativa não concorde em botar a pauta em período ordinário, o governador estuda chamar convocação extraordinária à votação.