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A cara do governo Temer: líder faz manifesto em defesa de Geddel

 

Depois de ter confessado interferência para obter a liberação de uma obra onde tem um imóvel e ter processo aberto na Comissão de Ética Pública da Presidência, o ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, recebe o apoio dos líderes no Congresso; o deputado André Moura (PSC-SE), líder do governo na Câmara, anunciou um manifesto em apoio ao ministro, assinado por todos os líderes dos partidos da base na Casa, e que será entregue nas mãos de Geddel, no Palácio do Planalto; para Moura, "estão fazendo tempestade em um assunto tão pequeno"; "Nós precisamos que o Geddel continue", defendeu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); hoje, o ministro, que Michel Temer decidiu manter no cargo, chorou ao comentar o assunto, que afirmou estar "encerrado"

22 DE NOVEMBRO DE 2016 ÀS 14:59 // 

247 – Mesmo depois de ter confessado interferência para obter um parecer técnico junto ao ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, a fim de conseguir a liberação de uma obra em Salvador (BA), onde tem a cobertura, e ter processo aberto contra ele na Comissão de Ética Pública da Presidência, o ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, recebe o apoio dos líderes no Congresso.

O deputado André Moura (PSC-SE), líder do governo na Câmara, anunciou nesta terça-feira 22 um manifesto em apoio ao ministro, assinado, segundo ele, por todos os líderes dos partidos da base na Casa, e que será entregue nas mãos de Geddel, no Palácio do Planalto. Os líderes da base governista se reuniram com Geddel hoje no Planalto.

"Ainda hoje retornaremos aqui com a presença de todos os nossos líderes dos partidos que compõem a nossa base aliada e vamos entregar um manifesto de apoio ao Geddel", declarou André Moura após o encontro.

Ele avalia que não houve interferência externa de Geddel para liberar a obra em Salvador, apenas conversas informais com Calero. "Se tivesse [interferência externa], obviamente, a posição do Iphan seria alterada. O ministro Geddel tratou de maneira informal com o ex-ministro Calero como dois colegas", afirmou.

Ele definiu ainda a situação como "pontual" e reforçou que Geddel não tratou o tema "de maneira oficial, em nome do governo", mas sim de forma "informal". "Estão fazendo tempestade em um assunto tão pequeno enquanto temos assuntos muito maiores no Brasil. É um assunto para nós superado", enfatizou.

Segundo reportagem da Folha, o ministro chorou ao comentar a acusação de Calero contra ele e ao se lembrar do pai, de quem teria herdado seu jeito "despachado". Segundo ele, o assunto "está encerrado". "O assunto está encerrado. E como está na Comissão de Ética, não vou mais comentar com a imprensa. Peço que me respeitem", disse.

Michel Temer decidiu manter Geddel no cargo, apesar das acusações.

Leia mais na Agência Brasil:

Líderes da base governista farão manifesto de apoio a Geddel

Pedro Peduzzi – Os líderes de partidos da base do governo federal apresentarão hoje (22) um manifesto de apoio ao ministro Geddel Vieira Lima, que comanda a Secretaria de Governo.

O documento é apresentado após declarações do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de que foi pressionado por Geddel para facilitar a liberação da construção de um edifício em Salvador.

Segundo o líder do governo na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE), Geddel tratou do tema "informalmente" com Calero, não havendo, portanto, "qualquer pressão, gerência ou imposição" para que o ex-ministro facilitasse a construção do edifício.

O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão do cargo na última sexta-feira (18), alegando razões pessoais. No fim de semana, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que o ministro Geddel Vieira Lima o pressionou a intervir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) para liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador, onde Geddel adquiriu um imóvel.

O empreendimento não foi autorizado pelo instituto e por outros órgãos por ferir o gabarito da região, que fica em área tombada. Também em entrevista à Folha, Geddel admitiu ter conversado com Calero sobre a obra, mas negou tê-lo pressionado. Geddel disse estar preocupado com a criação e a manutenção de empregos.

"Geddel havia tratado isso de maneira informal. Estão fazendo tempestade em assunto pequeno porque não houve pressão, ingerência ou imposição por parte dele. Há muitas questões mais importantes a serem cuidadas. Assim sendo, Geddel continua com o apoio de todos os líderes de governo e da base [na Câmara dos Deputados]. Trata-se apenas de uma questão pontual", argumentou o líder do governo, André Moura.

Um dos líderes de partidos da base a sair em defesa de Geddel foi o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM). "Acho que o que aconteceu foi apenas uma conversa entre colegas de ministérios, que foi interpretada de forma equivocada; uma coisa de proporções paroquiais que veio para cá e ganhou proporção nacional. Acredito que, por acaso, neste episódio, estava envolvida uma questão pessoal", disse Pauderney, após se reunir com os demais líderes da base, no Palácio do Planalto.

O líder do DEM, no entanto, admitiu "não ser adequada" a atitude de Geddel. "Todos nós somos falíveis. É hora de passar por cima dessa falha e cuidar daquilo que temos de cuidar. Há problemas enormes para resolver. No país há uma onda enorme de desavenças, e precisamos dar atenção aos temas que todos conhecemos, com pressa, uma vez que a expectativa de melhora está perdendo a força", disse ele. "Foi apenas uma falha humana", completou.

Por meio do porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, o presidente Michel Temer decidiu manter no cargo o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar a conduta ética de Geddel.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), informou que seu partido pretende entrar com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro-chefe da Secretaria de Governo.