Para Janot, o pedido de divisão não muda o fato de que existiu "uma teia criminosa única" na estatal. (Crédito: Reprodução)
6 de outubro de 2016 15:37
O ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta quinta-feira (6) a divisão em quatro inquéritos da maior e principal investigação da Operação Lava-Jato na Corte, que apura se existiu uma organização criminosa, com a participação de políticos e empresários, para fraudar a Petrobras.
Com a decisão, tomada após pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passa a ser alvo de um desses inquéritos, que vai apurar a atuação do PT no esquema investigado. Outro político que também será investigado é o deputado cassado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O chamado “inquérito-mãe” da Lava-Jato tinha oficialmente 39 investigados. Agora, serão 66: o inquérito sobre o PP terá 30 investigados; o do PT, 12 investigados; o do PMDB no Senado, nove; e o do PMDB na Câmara, 15. Isso porque, apesar de ser um esquema amplo na Petrobras, as investigações apontam para existência de subesquemas na estatal, na qual cada partido dominava uma diretoria e atuava em desvios nos contratos de cada uma delas.
As investigações apontam que o PP atuava para desviar valores da Diretoria de Abastecimento. A partir daí, havia pagamento de propina a políticos do partido. Já o PT atuava nos contratos da Diretoria de Serviços, enquanto o PMDB tinha como foco desviar recursos da Diretoria Internacional, segundo as investigações.
Pedido de fatiamento.
Ao pedir o fatiamento da maior e principal investigação da Operação Lava-Jato, Janot afirmou que os partidos se organizaram internamente para cometer crimes contra a administração pública, Por isso, justificou o procurador, a apuração deve ser dividida para “melhor otimização do esforço investigativo”. Para Janot, o pedido de divisão não muda o fato de que existiu “uma teia criminosa única” na estatal. (AG)