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Proteção a Cunha põe Temer num beco sem saída

Após a confirmação, pelo próprio jornal O Globo, de que o acordão pela renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados contou com a participação direta do Palácio do Planalto, o interino Michel Temer pode ter colocado em risco seu governo provisório; se Cunha conseguir de fato se salvar, não apenas a Câmara sairá desmoralizada do processo, mas também o próprio vice-presidente em exercício; no entanto, se Temer não conseguir entregar a Cunha a proteção prometida, ficará à mercê de sua eventual vingança; o fato de ter dado aval ao resgate de um político que hoje simboliza a corrupção (como noticia O Globo) demonstra que, na prática, Temer é refém de Cunha e pode, a qualquer momento, ser abatido por ele

8 de Julho de 2016 às 06:23 //

247 – Por que Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara dos Deputados? De acordo com o jornal O Globo, da família Marinho, porque obteve do interino Michel Temer a garantia de que, assim, conseguiria manter seu mandato de deputado federal, preservando o foro privilegiado e evitando ser julgado em Curitiba, pelo juiz Sergio Moro.

Uma das evidências do acordo foi o recurso enviado à Comissão de Constituição e Justiça, pedindo para que seu processo de cassação retorne ao conselho de ética – manobra que, segundo O Globo, repita-se, tem o "aval" de Temer.

No entanto, um eventual salvamento de Cunha, acusado de receber dezenas de milhões de dólares em propinas e de manter diversas contas no exterior, seria desastroso não apenas para o Legislativo, que perderia de vez sua credibilidade, como também para o próprio Poder Executivo. Temer tem sido cobrado em todos os editoriais da mídia tradicional, bem como por colunistas como Jorge Bastos Moreno, a cortar seu cortão umbilical com Cunha (leia aqui).

Falar, no entanto, é bem mais fácil do que fazer. Caso Temer decida abandonar na beira da estrada seu principal aliado, a quem chamou de "incansável batalhador político e jurídico" numa entrevista recente, ficará à mercê de sua eventual vingança. O fato de ter dado aval ao resgate de um político que hoje simboliza a corrupção (como noticia O Globo) demonstra que, na prática, Temer é refém de Cunha e pode, a qualquer momento, ser abatido por ele.