O Levante Popular da Juventude iniciou um escracho contra a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), na frente do seu escritório político; integrante da comissão especial do impeachment, a senadora votou favorável ao relatório de Antonio Anastasia, pelo afastamento da presidente Dilam; movimento diz que "Ana Amélia é corrupta", que "omitiu a propriedade de bens móveis e imóveis na declaração feita à Justiça Eleitoral, nas eleições de 2014", além de defensora da RBS; "Nós não aceitaremos um governo ilegítimo, conquistado por golpistas", diz a nota
6 de Maio de 2016 às 12:10
Rio Grande do Sul 247 – O Levante Popular da Juventude iniciou por volta das 10h30 desta sexta-feira (6) um escracho contra a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), na frente do seu escritório político. Neste mesmo dia, no Senado, a Comissão Especial do Impeachment vota a admissibilidade do processo contra Dilma Rousseff. A senadora gaúcha integra essa comissão e já declarou sua posição favorável a este processo.
"Assim como fizemos com os torturadores da Ditadura em 2012, com a Rede Globo em 2013, com Eduardo Cunha (PMDB) em 2015 e com o Michel Temer (PMDB) e Jair Bolsonaro (PP) no mês de abril deste ano, o Levante Popular da Juventude encontra motivos para escrachar Ana Amélia Lemos, atualmente uma das maiores inimigas do povo brasileiro" diz a nota do movimento.
De acordo com o texto, "Ana Amélia é corrupta: a senadora do PP omitiu a propriedade de bens móveis e imóveis na declaração feita à Justiça Eleitoral, nas eleições de 2014". A nota diz que a parlamentar "é ruralista: tentou fugir do estigma de ruralista escondendo a sua fazenda, mas a verdade é que é dona de 680 hectares de terras em Goiás e cerca de 600 cabeças de gado e que se tornou, ao longo dos anos, porta-voz dos interesses do agronegócio e da bancada ruralista".
A nota diz, ainda, que, "durante 33 anos trabalhou na RBS e (Ana Amélia) só se elegeu graças à emissora". O seu papel é de defender os interesses da mídia golpista, do Grupo RBS e da família Sirotsky – que deve mais de R$ 6 milhões ao estado – na política brasileira".
"Nós não aceitaremos um governo ilegítimo, conquistado por golpistas. Para nós, nesse momento da conjuntura política brasileira, nossa jovem democracia está ameaçada, uma Presidente legitimamente eleita por mais de 54 milhões de pessoas e que não é acusada de qualquer crime, seja de corrupção ou de responsabilidade fiscal, está correndo o risco de ser afastada em um golpe orquestrado por esses traidores da pátria. Hoje nos organizamos para mostrar que estamos em luta e continuaremos nas ruas para denunciar esse golpe que é contra todo o povo brasileiro, em especial a juventude", destaca o Levante Popular da Juventude – Porto Alegre.
Também participa do Ato MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
Leia a nota na íntegra:
POR QUE ESCRACHAMOS ANA AMÉLIA?
Hoje, 6 de maio de 2016, nós do Levante Popular da Juventude escrachamos a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), atualmente uma das maiores inimigas do povo brasileiro. Neste mesmo dia, no Senado, a Comissão Especial do Impeachment vota a admissibilidade do processo contra Dilma Rousseff – que não cometeu nenhum crime de responsabilidade – e a senadora gaúcha integra essa comissão, já tendo declarado sua posição golpista. O escracho aconteceu na frente do seu escritório político, em Porto Alegre.
Assim como fizemos com os torturadores da Ditadura em 2012, com a Rede Globo em 2013, com Eduardo Cunha (PMDB) em 2015 e com o Michel Temer (PMDB) e Jair Bolsonaro (PP) no mês de abril deste ano, deixamos aqui as razões que nos levaram a escrachar Ana Amélia.
Ana Amélia é golpista: ela é uma das principais apoiadoras e articuladores do Golpe em curso, especialmente dentro do Senado. Sobre a possibilidade de se tornar relatora da Comissão, disse que se sentiria "honrada". Defende a legalidade e constitucionalidade do processo de impeachment, que não é nada mais do que um golpe.
Ana Amélia é orfã da ditadura militar: seu partido é o Partido Progressista (PP), oriundo do antigo ARENA (partido da ditadura militar). Ana Amélia foi Cargo de Comissão (CC) do próprio marido – o senador biônico Octávio Omar Cardoso e líder do ARENA – no senado, em 1986. Para exercer essa função, recebia o equivalente, hoje, a 8 mil reais. Ao mesmo tempo, era diretora da RBS, a primeira afiliada da Globo, em Brasília.
Ana Amélia é corrupta: a senadora do PP omitiu a propriedade de bens móveis e imóveis na declaração feita à Justiça Eleitoral, nas eleições de 2014. Ana Amélia não incluiu, entre os bens declarados, uma fazenda que possui no município de Formosa, em Goiás, onde cria bovinos. Segundo a declaração pública do espólio de Octávio Omar Cardoso, ela também "esqueceu de declarar" na lista um terreno em Brasília, no valor de R$ 1.467.758,62. Do seu marido, Ana Amélia herdou metade do patrimônio – R$ 4.738.538,78. Os bens declarados ao Tribunal Regional Eleitoral-RS somam apenas R$ 2.550.086,69.
Ana Amélia é ruralista: tentou fugir do estigma de ruralista escondendo a sua fazenda, mas a verdade é que é dona de 680 hectares de terras em Goiás e cerca de 600 cabeças de gado e que se tornou, ao longo dos anos, porta-voz dos interesses do agronegócio e da bancada ruralista.
Ana Amélia defende os interesses da RBS: a senadora eleita pelo Rio Grande do Sul (RS) não mora no estado há décadas. Durante 33 anos trabalhou na RBS e só se elegeu graças à emissora. O seu papel é de defender os interesses da mídia golpista, do Grupo RBS e da família Sirotsky – que deve mais de R$ 6 milhões ao estado – na política brasileira. Para Ana Amélia, Globo é "compromisso com a transparência, com a verdade e também com a ética", mas o povo brasileiro sabe bem que não.
Ana Amélia é autora da PL conhecida como "AI-5 da Copa": foi uma das autoras da PL 728/2011, que ficou conhecida como "AI-5 da Copa", porque propunha que protestos durante a Copa do Mundo no Brasil fossem considerados terrorismo.
Por estes motivos é que dizemos: Ana Amélia não nos representa e não representa o povo brasileiro. Não descansaremos até que a democracia seja reestabelecida.
Não vamos aceitar o golpe!
Golpistas, ruralistas, filhotes da ditadura: NÃO PASSARÃO!
Pátria livre, venceremos!
Coletivo Nacional de Comunicação do Levante Popular da Juventude