Documento subscrito pelos senadores João Capiberibe (PSB-AP), Cristovam Buarque (PPS-DF), Lídice da Matta (PSB-BA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Paulo Paim (PT-RS), Walter Pinheiro (sem partido-BA) e Roberto Requião (PMDB-PR) pedirá ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) que suspenda o processo de impeachment contra Dilma Rousseff, até que a Câmara aprecie o pedido de autorização para processar o vice-presidente Michel Temer; grupo argumenta que Dilma e Temer são implicados nos mesmos fatos, não tendo justificativa para julgar o da presidente e procrastinar o do vice; não juntá-los é criar um "diferencial e uma suspeita" no procedimento; tese de que não pode haver dois pesos e duas medidas já foi defendida também pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal
25 de Abril de 2016 às 17:11
247 – Um grupo de senadores independentes, formado por João Capiberibe (PSB-AP), Cristovam Buarque (PPS-DF), Lídice da Matta (PSB-BA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Paulo Paim (PT-RS), Walter Pinheiro (sem partido-BA) e Roberto Requião (PMDB-PR), irá formalizar um pedido ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que suspenda o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Grupo quer que a medida valha até que a Câmara aprecie o pedido de autorização para processar o vice-presidente Michel Temer. No questionamento, os senadores argumentam que Dilma e Temer são implicados nos mesmos fatos, não tendo justificativa para julgar o da presidente e procrastinar o do vice.
"Requeremos ao senhor presidente do Senado Federal o recebimento e acatamento a presente questão de ordem, para determinar a suspensão do julgamento do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff até que haja pronunciamento da Câmara sobre a admissibilidade de denúncia por infração de mesma ordem praticada pelo vice-presidente. Ocasião em que se decidirá pela necessidade de julgamento em conjunto de ambas as autoridades", diz o documento.
Grupo argumenta que, sem uma manifestação de Renan, é preciso sanar o "defeito" para não viciar de forma "absoluta e grosseira" o julgamento de Dilma. Para eles, uma ação dessas justificará o rótulo de golpe parlamentar. Dizem que não juntá-los é criar um "diferencial e uma suspeita" no procedimento.
"Não há como negar, o julgamento da presidente está sendo isolado e maquiavelicamente orquestrado sem igualdade de tratamento em relação ao vice-presidente", completa o grupo, no pedido de 16 páginas. "São imprescindíveis o julgamento de ambos (Dilma e Temer) e dar uma decisão definitiva e com legitimidade para promover as mudanças que o País precisa", destacou Pinheiro.