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Jefferson confirma propina em Furnas

Presidente de honra do PTB, ex-deputado Roberto Jefferson, que teve o mandato cassado em setembro de 2005, afirmou ter negociado com o então ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu o pagamento mensal de R$ 1 milhão para o PTB nacional; dinheiro seria originário do esquema de corrupção e desvios por meio da diretoria de Engenharia de Furnas Centrais Elétricas, chefiada por Dimas Toledo, indicado pelo PSDB; segundo o delator da Lava Jato Fernando Moura, Aécio Neves comandava o esquema de Furnas

15 de Fevereiro de 2016 às 10:57

247 – O presidente de honra do PTB, ex-deputado Roberto Jefferson, que teve o mandato cassado em setembro de 2005, afirmou ter negociado com o então ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu o pagamento mensal de R$ 1 milhão para o PTB nacional. Os recursos, segundo ele, seriam provenientes do esquema de corrupção e desvios de empresas que teriam sido contratadas à época por Furnas Centrais Elétricas.

Segundo matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, em troca do dinheiro o PTB desistiria de indicar alguém para a diretoria de Engenharia de Furnas, em substituição a Dimas  Toledo, indicado para o cargo no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na época, segundo Jefferson, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamava da aproximação de Dimas com o então governador de Minas gerais, Aécio Neves (PSDB).

Jefferson afirma que Dirceu o informou que R$ 3 milhões mensais originários de Furnas eram repassados a partidos, políticos e funcionários da estatal. Na ocasião, um acordo foi firmado para que o PTB recebesse R$ 1 milhão do esquema que antes era destinado ao PT. "Eu disse ‘para mim está bom, sem briga, está fechado’. Dimas foi lá em casa, fechou esse acordo comigo", disse o petebista.

Em 2005, porém, ao saber que o PTB não mais indicaria Francisco Spirandel – funcionário de carreira do setor elétrico – para o cargo, Lula teria afirmado que iria exonerar Dimas do cargo. "Eu falei: ‘Então o senhor bota o Spirandel lá", contou Jefferson à reportagem.

Ainda segundo o ex-parlamentar, Dirceu teria reclamado com ele pelo fato de não ter atuado na defesa de Dimas e que essa situação acabou por desaguar na Ação Penal 470 o chamado escândalo do mensalão.

Dirceu teria tido sua vingança ao envolvê-lo no esquema de corrupção nos Correios, que estourou em maio de 2005, e Jefferson retaliou acusando o petista de comandar o mensalão.