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Folha amarrou o discurso da elite contra o golpe

"Uma deposição assentada em razões banais traria instabilidade interna e mancharia a imagem do país aos olhos da comunidade internacional – o Brasil em tese superou sua fase de república das bananas", diz o editorial de Otávio Frias, da Folha de S. Paulo, publicado nesta terça-feira; posição é alinhada com a do banqueiro Roberto Setubal, do Itaú Unibanco, que também se posicionou contra o golpe no fim de semana; "Não me parece ser motivo para tirar a presidente. Até porque presidentes anteriores a ela passaram por situações semelhantes. Seria um artificialismo querer tirar a presidente neste momento. Criaria uma instabilidade ruim para nossa democracia", disse ele, ao falar sobre as pedaladas fiscais; "O segundo impeachment no Brasil, apenas trinta anos depois do fim do regime autoritário, banalizaria o instrumento, inibindo o amadurecimento da democracia", disse ainda o ex-ministro Maílson da Nóbrega, da Tendências Consultoria; todos esses movimentos isolam ainda mais lideranças da oposição, como Aécio Neves, Ronaldo Caiado e Roberto Freire, que apostam na instabilidade

 

25 de Agosto de 2015 às 09:08

247 – Depois de instituições como Globo e Bradesco se posicionarem contra o eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff, a elite empresarial fechou consenso contra o golpe nos últimos dias.

Nesta terça-feira, quem explicitou sua posição foi a Folha de S. Paulo, comandada pelos irmãos Frias. "Se o julgamento do impeachment é sobretudo político, não se deve ignorar que ele também contém muito de jurídico. Uma deposição assentada em razões banais traria instabilidade interna e mancharia a imagem do país aos olhos da comunidade internacional – o Brasil em tese superou sua fase de república das bananas", disse Otávio Frias Filho, em editorial (leia aqui).

É uma posição alinhada com a de dois representantes da elite econômica, que também explicitaram suas posições no fim de semana. Um deles, Roberto Setubal, do Itaú-Unibanco (leia aqui sua entrevista). "Por corrupção, até aqui, não tem cabimento. Não há nenhum sinal de envolvimento dela com esquemas de corrupção. Pelo contrário, o que a gente vê é que Dilma permitiu uma investigação total sobre o tema. Era difícil imaginar no Brasil uma investigação com tanta independência. A Dilma tem crédito nisso", disse ele.

Sobre as chamadas ‘pedaladas fiscais’, ele também se manifestou. "Isso é grave e pode merecer algum tipo de punição. Mas não me parece ser motivo para tirar a presidente. Até porque presidentes anteriores a ela passaram por situações semelhantes. Seria um artificialismo querer tirar a presidente neste momento. Criaria uma instabilidade ruim para nossa democracia", afirmou.

Além dele, o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, também apontou a democracia como um bem maior, a ser preservado.  "O segundo impeachment no Brasil, apenas trinta anos depois do fim do regime autoritário, banalizaria o instrumento, inibindo o amadurecimento da democracia", disse ele. "O voto nas eleições presidenciais – e não o impeachment – será a melhor via para julgar a presidente Dilma".

Todos esses movimentos isolam ainda mais o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e alas da oposição que decidiram apostar na instabilidade política.