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Caso Bernardo: Leandro Boldrini se diz inocente e que sua inocência é cristalina

O médico Leandro Boldrini é o primeiro a ser interrogado pelo Juiz de Direito Marcos Luís Agostini, e ouve atentamente toda a denúncia contra ele.

 
Da sala de audiência, se ouve o apitaço da vigília do lado de fora. Leandro Boldrini fala nesse momento e nega envolvimento na morte do filho. Em sua fala ressalta que Graciele Ugulini nunca mexia em receitas de remédios. A função era exclusiva da secretária Andressa Wagner.
 
Ao ver a assinatura da receita de midazolam atribuída a ele nos autos, negou ser dele. Juiz mostrou receituário que está no processo para Boldrini. "Essa assinatura não é minha", diz ele.
 
"Tenho a cristalinidade de comunicar ao senhor que isso é falso", disse Boldrini sobre a denúncia por homicídio.

Boldrini diz que Graciele sempre achava um motivo para que Bernardo não pegasse Maria (Irmã) no colo. "Eu permitia que isso acontecesse (convívio de Bernardo com a irmã, filha da madrasta). Ela que era muito vigilante e criou uma bolha".

Leandro Boldrini fala que lembra que a madrasta Graciele Ugulini viajou para comprar uma TV em Frederico Westphalen. "O Bernardo não iria junto. Ele tinha atividades dele", afirma Boldrini.

Pai de Bernardo diz que recebeu SMS do banco comprovando a compra da TV, que viu Graciele chegando em casa com a TV e um aquário no dia da morte de Bernardo. E que ele saiu e voltou tarde. Conta ainda que Graciele disse a ele que levou Bernardo junto para não atrapalhar o sono da irmã.

 
Leandro depõe há mais de uma hora. Enquanto isso, Graciele, Edelvânia e Evandro esperam em salas separadas no Fórum. 

Boldrini disse que Graciele chegou ao ponto de dizer que Bernardo estava em casa, quando na verdade estava morto. Boldrini também diz que Graciele relatou que Bernardo no dia do crime dormiria num amigo.

 
Boldrini diz que começou a se preocupar com o sumiço do filho no domingo, dia 6 de abril. Ele havia saído de casa na sexta, dia 4. Segundo Boldrini, ele e o filho haviam combinado que o garoto chegaria em casa no máximo 19h de domingo. "Eu só fiquei sabendo morte do Bernardo quando eu estava preso, Perguntei a ela (madrasta) ‘você tem participação?’ e ela ‘tenho’. "Quando ela me confessa que teve participação, a polícia me segurou", diz Boldrini sobre Graciele.
Promotora Silvia Jappe vai interrogar na sequencia Leandro Boldrini. Antes ela pede um breve intervalo de 2 minutos no interrogatório de Leandro Boldrini. Agora, ele fala com o advogado. Terminaram as perguntas do juiz.
 
Promotora Silvia Jappe começa perguntando como Leandro Boldrini se definia como pai de Bernardo. Ele diz "Teve momentos que eu não fui um bom pai". Boldrini admite à promotora que Bernardo sofria de problemas afetivo, mas que nunca quis passar a guarda do filho para alguém. "Ele era meu amor, meu único filho homem, era meu filho, o mais frequente era ele ir na casa dos colegas. Eu entendia isso", afirma o médico Leandro Boldrini.
 
Boldrini fala agora porque não foi na 1ª comunhão do filho. "Fui num casamento, achei que ele não ia se importar".

A promotora quer saber porque Boldrini não fez nada quando a madrasta Graciele ameaçou Bernardo, nos vídeos divulgados no inquérito.
Boldrini diz à promotora que não imaginava algo mais grave. Ele negou novamente agressões físicas, disse que havia "contenção" porque ele era agressivo. Ainda sobre os vídeos, Boldrini fala que fez o vídeo de Bernardo com a faca porque "estava com medo". Ele buscava se prevenir de um futuro processo.

Promotora agora fala da gravação de audiência que teve com juiz de família sobre reclamações de Bernardo. Ele afirma que gravou a audiência em que foi chamado no Fórum por causa do abandono do garoto para tratar do assunto em casa.

 
Promotora explora contradição de Boldrini, que disse à polícia que Bernardo tinha bom relacionamento com a madrasta, e depois ódio. Leandro Boldrini levanta o tom de voz pra promotora. "Eu estou aqui pra falar a verdade".  Advogados de Boldrini dizem que promotora "tem medo da verdade, durante todo o processo tem demonstrado isso".

Boldrini pede pra fazer uma pergunta pra promotora. Mas pedido foi negado. 

Promotora pergunta porque Boldrini não se submeteu ao detector de mentiras em depoimento da Polícia Civil, ele disse que não se submeteu ao detector de mentira por orientação do advogado que na época era Jader Marques.

Neste momento, o assistente de acusação, Marlon Taborda, que defende a avó materna de Bernardo, interroga Leandro Boldrini.

Boldrini responde voltado para o assistente de acusação. O advogado de Boldrini, Ezequiel Vetoretti, pergunta se o assistente de acusação conhece o processo e os ânimos se exaltam.

"É um absurdo dizer que Graciele proibia Bernardo de entrar em casa. Nunca foi. Isso é mentira", fala Boldrini.

 
Juiz Marcos Agostini pede que assistente de acusação faça perguntas "objetivas". Defesa de Leandro reclama das questões.
 
Questionado sobre um pacto de convivência entre Bernardo e Graciele, Boldrini diz que o menino era “obrigado a obedecer coisas salutares”.
 
Perguntado se Bernardo e a madrasta não podiam conversar entre eles, Boldrini disse “não, não, eles podiam conversar”.
 
Marlon Taborda questionou Boldrini porque a avó materna de Bernardo, Jussara Uglione, era proibida de ver o neto, e Boldrini se irritou.
O médico apontou o dedo para o advogado e disse "não esqueça que vocês retiraram o processo. A Dona Jussara não era impedida de visitar".

Boldrini diz que tinha cerca de R$ 300 a 400 mil no BB,"algum" dinheiro no Banrisul cerca de R$ 70 mil na Caixa quando foi preso. Boldrini disse que deixou o dinheiro para ser administrado pelos irmãos.

"Eu estou nocauteado, com o juiz contando em cima", diz Boldrini ao falar sobre a sua situação atual. “Estou com a vida destruída. Perdi meu filho. Cadê o Bernardo? Minha vida está destruída, cadê meu filho?”, “O senhor está lutando por uma causa perdida. Sou inocente. Amo o meu filho, vou amar o meu filho para sempre”, diz Boldrini para advogado.
 
Assistente de acusação encerra perguntas. Agora perguntam os advogados de Boldrini ao próprio cliente.
 
Advogado Rodrigo Grecele pergunta sobre a vida pessoal de Leandro Boldrini.
 
Advogado pergunta se Leandro já foi usuário de alguma droga, como cocaína. Ele nega: "Nunca fui usuário de drogas", diz Boldrini.
 
Defesa de Edelvânia pergunta se Leandro pode afirmar que ela é culpada. "Posso afirmar, ela mesmo conta isso".
 
Defesa de Graciele não faz perguntas para Boldrini.
 
Advogado de Edelvânia Wirganovicz pressiona Boldrini: "A minha cliente tem ou não participação no assassinato?", e o médico acha que sim.
 
Termina o depoimento de Boldrini. O médico diz, nas alegações finais, o seguinte: "Eu sou inocente. A minha inocência é cristalina".
 
“Fui preso injustamente. Estou aqui para buscar a verdade e vou falar todas as vezes necessárias”, conclui Leandro Boldrini.
 
"Estou há mais de um ano sobrevivendo. A mídia me massacrando. A justiça tem que ser, como diz seu próprio nome, justa", finaliza Leandro.
 
Fim de depoimento de Leandro Boldrini. 3:10 de interrogatório. Juiz fez intervalo de uma hora para almoço. Na sequência, os outros três réus serão chamados a falar. Justiça não divulga a ordem dos depoimentos. Ainda não se sabe quem falará a partir das 14h45min.