Partidos começam articulações para eleições municipais de 2016
Negociações em torno de Melo e Manuela ocorrem, sem alarde, nos bastidores
As turbulências no cenário nacional e a expectativa de mudanças na legislação não estão impedindo as articulações para as eleições municipais de 2016. Em Porto Alegre, dois blocos começam a se definir na disputa. Do lado da situação, as apostas se concentram na candidatura do atual vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB). Na oposição, é a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB) quem concentra a maior quantidade de fichas.
Dentro do bloco que hoje compõe a situação, o PTB aguarda pelo resultado da fusão com o DEM. PP e PDT ameaçam encabeçar suas próprias chapas. Parte do PSDB deseja seguir com o PMDB, mas a candidatura própria pode, de novo, ser bancada pela direção nacional. E até o PSB usa uma eventual candidatura própria como estratégia para valorizar o passe.
A indicação de Melo é praticamente unanimidade no PMDB, mas ele precisará aparar várias arestas: os anseios do PDT e do PTB, o desgaste por ser governo e as consequências da atuação do governador José Ivo Sartori (PMDB). O principal aliado, o PDT, está fazendo barulho porque garante que terá candidato próprio, o que desmonta o entendimento existente entre o vice e o prefeito José Fortunati. Melo lembra que as articulações cabem às direções partidárias e adianta que sua posição na eleição será a de manutenção da aliança, com duas figuras centrais: Fortunati e José Fogaça.
No PDT, o presidente estadual, deputado Pompeo de Mattos, assegura que há nomes de peso interessados em entrar na corrida. E completa: “O PDT, sem o Fortunati, se ajeita. Mas o Fortunati sem o PDT não se recupera mais.”
Na oposição, o PSol, independente, terá candidatura própria. Mas a novidade deve ficar por conta do PT. Fragilizado, o partido planeja indicar um vice para Manuela e compor uma frente de esquerda. A corrente interna Democracia Socialista, uma das mais fortes no diretório estadual, concorda em abrir mão da cabeça de chapa se puder apontar o vice. O mais cotado é o ex-chefe da Casa Civil, Carlos Pestana. Há possibilidade de disputa interna com a corrente Socialismo 21, que tem nomes como o do vereador Alberto Kopittke.
“Diferente de outras vezes, olhamos a possibilidade de ceder em 2016”, admite o presidente estadual do PT, Ary Vanazzi. Já o presidente municipal do PCdoB, Adalberto Frasson, tenta despistar sobre a candidatura de Manuela. “Não vamos trabalhar com a hipótese antes do final do ano. A Manuela é deputada estadual, terá uma filha, e o cenário todo ainda é muito inconsistente. O certo é que teremos atitude protagonista.”
Mudanças vão definir posições
A frente de esquerda composta por PT, PCdoB e PTB para as eleições de Porto Alegre, uma pretensão petista, pode esbarrar na fusão do PTB com o DEM. O vice-presidente municipal petebista, deputado Luis Augusto Lara, diz que, devido ao processo, é precipitado projetar como a sigla se colocará na eleição majoritária em 2016.
A união, aliada a uma candidatura do PDT, pode facilitar a articulação peemedebista, já que o PTB anseia voltar à majoritária desde quando abriu mão da indicação do vice-prefeito em favor do PDT.
A fusão abrirá ainda a chamada ‘janela’, que permite a políticos sair ou ingressar no novo partido sem perda de mandatos. Além disso, a possibilidade de reforma política com proibição de coligações proporcionais e fim de financiamento de empresas também vai alterar as articulações em todos os campos.
Os nomes para a prefeitura da Capital:
PCdo B: Manuela D’Ávila
PMDB: Sebastião Melo
PDT: Juliana Brizola, Vieira da Cunha e Afonso Motta
PP: Kevin Krieger e Marcel Van Hattem
PSol: Luciana Genro
PSDB: Marchezan Jr.
PSD: Danrlei
PSB: Beto Albuquerque