26/02/2015 00h36
Após negociações que se estenderam por mais de dez horas, o governo e representantes de caminhoneiros anunciaram no fim desta quarta-feira (25) terem chegado a um acordo para tentar por fim ao bloqueio das estradas. Para atender às demanda do movimento, o governo ofereceu um pacote de medidas, que incluiu a renegociação de dívidas do setor, e informou ter recebido da Petrobras a garantia de que os preços do diesel não subirão pelos próximos seis meses. "Só vai ser cumprido o que nós combinamos a hora que forem liberadas as estradas", afirmou o ministro Antônio Carlos Rodrigues (Transportes) ao final das negociações, acrescentando que a expectativa era que o desbloqueio ocorresse nesta quinta-feira (26). O presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), Diumar Bueno, que participou das negociações, afirmou que as entidades presentes à reunião eram favoráveis ao fim do movimento, mas que ele não poderia "garantir que a greve vai acabar". Os protestos já vinham causando desabastecimento de alimentos em algumas cidades do país e encarecendo produtos. "O movimento foi levantado de forma autônoma, independente pelos caminhoneiros. Cabe a eles avaliar as conquistas e o esforço do governo para ver se compensa continuar o movimento." As medidas oferecida pelo governo, sob a chancela da presidente Dilma Rousseff, incluíram o compromisso de sanção integral da chamada Lei dos Caminhoneiros, que na prática reduz o valor do pedágio que pode ser cobrado dos caminhões e aumenta o número de horas extras que podem ser feitas pela categoria. A segunda medida é a suspensão, por um ano, dos pagamentos de empréstimos feitos pelo BNDES para a aquisição de caminhões. O governo anunciou, ainda, a criação, por empresas e caminhoneiros, de uma tabela referencial de fretes, o que pode levar a preços mínimos para o serviço. A quarta proposta é o estabelecimento de uma mesa permanente de negociações entre motoristas e empresas. Coube ao ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) coordenar as discussões com caminhoneiros e empresários. Participaram da reunião a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos; o Sindicato Goiânia e Região; o Sinditac RM; Sinditac Goiás; Sinditac Ponta Grossa PR; Sindicato Nacional dos Cegonheiros; Cnttl-Cut; Sinditac SJP-PR; Sinditac SJC e Sinditaque-SP. Dada a dimensão que tomou o movimento dos caminhoneiros, e com a economia sob risco de recessão, o governo considerou que não teve outro remédio senão agir para resolver o impasse. Com a taxa de popularidade da presidente em recorde de baixa, assessores presidenciais alertaram para o fato de que, se o movimento não fosse contido, Dilma seria responsabilizada. RIO GRANDE DO SUL Além da CNTA, assinaram o acordo com o governo outras nove entidades. O caminhoneiro Odi Antonio Vani, que coordena o movimento em Palmeira das Missões, no oeste do Rio Grande do Sul, diz que as promessas não foram suficientes. Segundo ele, não adianta postergar o pagamento dos empréstimos do financiamento do BNDES porque isso não resolve o problema. "O que queremos é a redução dos custos do diesel e o aumento do valor do frete." Colaborou NATUZA NERY, de Brasília
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