Cotação do dia

USD/BRL
EUR/USD
USD/JPY
GBP/USD
GBP/BRL
Trigo
R$ 115,00
Soja
R$ 180,00
Milho
R$ 82,00

Tempo

Temer costura apoio do PMDB ao ajuste fiscal

Buscando retomar sua influência dentro do PMDB, abalada pela emergência de Eduardo Cunha como presidente da Câmara, e realinhar a maioria do partido com o governo, o vice-presidente Michel Temer está organizando um jantar hoje à noite no Jaburu, reunindo os líderes e a cúpula do partido com a equipe econômica para discutirem a importância da aprovação das MPs do ajuste fiscal, informa a colunista Tereza Cruvinel; estarão presentes os três ministro da área econômica: Joaquim Levy, da Fazenda, Nelson Barbosa, do Planejamento, e Alexandre Tombini, do Banco Central; em meio à crise, Temer atua como bombeiro

23 de Fevereiro de 2015 às 13:40

 

Por Tereza Cruvinel

 

247/Buscando retomar sua influência dentro do PMDB, abalada pela emergência de Eduardo Cunha como presidente da Câmara, e realinhar a maioria do partido com o governo, o vice-presidente Michel Temer está organizando um jantar hoje à noite no Jaburu, reunindo os líderes e a cúpula do partido com a equipe econômica para discutirem a importância da aprovação das MPs do ajuste fiscal. Devem participar o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o do Planejamento, Nelson Barbosa, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Ministros do PMDB também devem participar, principalmente os de origem política, como Eliseu Padilha, da Aviação Civil, e Eduardo Braga, da Minas e Energia.

Este será o primeiro de uma série de encontros que a equipe econômica deve ter com partidos da base governista para defender o ajuste. As bancadas, inclusive a do PT, apresentaram dezenas de emendas que alteram o teor original do que consideram “medidas impopulares”. Levy e equipe tentarão demonstrar que sem o resgate do equilíbrio fiscal não haverá crescimento, o que será politicamente mais danoso a longo prazo. Temer pretende fazer encontro semelhante com prefeitos de capitais e governadores do PMDB. O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, um dos peemedebistas mais próximos do vice-presidente, é outro que vem se empenhando pela superação dos problemas que se agravaram a partir da disputa entre PT e PMDB pela presidência da Câmara. Ao jornal O Sul ele declarou neste final de semana que não haverá o anunciado “descolamento” entre o PMDB e o Governo.

“O programa que o PMDB vai levar ao ar em cadeia nacional na próxima quinta-feira, dia 26, servirá para reaproximar o partido da presidente Dilma, e reafirmar sua participação no governo, materializada pela presença de seis ministros”, disse ao jornal de Porto Alegre. Padilha rebateu as notícias de que o roteiro do programa de televisão do partido passará a mensagem de que o PMDB estará se “descolando” do governo. “De minha parte, na gravação que fiz, citei nominalmente a presidenta Dilma e nossa disposição de ajudá-la na tarefa de governar. A ministra Kátia Abreu, da Agricultura, também gravou para o programa e falou da presidente e de nossa participação no governo dela.” Ele admitiu que o discurso dos dirigentes no Congresso, senador Renan Calheiros e deputado Eduardo Cunha, pelos postos que ocupam, deva ter ” uma conotação “mais institucional e independente” e que a fala do vice-presidente Michel Temer “ficará entre o institucional e o discurso do partido”.

O passo mais importante na reaproximação entre PMDB e PT, entretanto, ainda está para ser confirmado. Será a entrega da relatoria da CPI da Petrobrás ao PT. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, fez acenos favoráveis a um acordo neste sentido mas alguns peemedebistas mais hostis ao governo reagiram. A CPI será instalada na quinta-feira e até lá sua composição e seu comando terão que estar definidos.