Desemprego no Brasil vai crescer durante os próximos três anos, segundo OIT
O Brasil sofrerá um aumento de desemprego durante os próximos três anos, segundo afirma a Organização Mundial do Trabalho (OIT) em relatório publicado na última segunda-feira (19).
No relatório, consta um alerta de que a desaceleração da economia brasileira vai ter um custo social e a expansão do crédito como forma de crescimento da economia não seria “sustentável”. O aumento do desemprego no Brasil segue uma tendência de alta da taxa em países emergentes que pareciam isentos da crise mundial.
O índice brasileiro passou de 6,5 por cento, em 2013, para 6,8 por cento em 2014. A previsão é de que, em 2015, salte para 7,1 por cento. Nos próximos dois anos, pode chegar a 7,3 por cento, número superior à média dos países desenvolvidos.
Para o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, os dados relativos ao Brasil são “decepcionantes” e o crescimento é quase nulo. Na avaliação da OIT, o desemprego, combinado ao fraco crescimento, afeta a capacidade dos governos da América Latina, entre os quais o Brasil, de seguir diminuindo as taxas de desigualdade social.
A situação também desanima em âmbito mundial. O número de desempregados no mundo vai aumentar, em pelo menos 11 milhões nos próximos quatro anos, e as desigualdades vão aumentar ainda mais, de acordo com a entidade. Em 2019, mais de 219 milhões de pessoas podem ficar sem emprego. De acordo com Ryder, mais de 61 milhões de empregos foram perdidos desde o início da crise em 2008 e as projeções apontam para o crescimento do desemprego até o final da década.
Para o diretor-geral da OIT, “as políticas de austeridade, em particular na Europa, contribuíram para o aumento espetacular do desemprego”. Ainda segundo ele, essas políticas não teriam sido inevitáveis. (pulsar)