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“Sartori errou e feio ao sancionar o aumento do próprio salário”

Antônio Carlos Macedo: "Sartori errou e feio ao sancionar o aumento do próprio salário"

Colunista do Diário Gaúcho critica a decisão tomada pelo governador do Estado.

 

José Ivo Sartori errou e feio ao sancionar o aumento do próprio salário. Foi um desastre do ponto de vista político. O governador agiu com a sutileza de um elefante solto em sala de cristais. As consequências negativas do gesto vão lhe provocar dor de cabeça durante muito tempo. Os efeitos colaterais talvez se estendam por todo o mandato. Sei que os vencimentos do governador, do vice e dos secretários estão defasados. Mas um governante que assume cortando gastos e pedindo que a sociedade aperte o cinto precisa dar o exemplo. Mesmo com prejuízo pessoal, tem que ser o primeiro a fazer o que está exigindo dos demais cidadãos. Para enfrentar a crise nas contas estaduais, que podem fechar o ano com rombo de R$ 7,1 bilhões, Sartori vai ter que contrariar muitos interesses. O que, aliás, já está fazendo, através do decreto que congela pagamentos a fornecedores, suspende nomeações e concursos, restringe diárias, corta horas-extras, etc. Assim, é inaceitável que diga não para outros e sim para ele próprio. Tamanha contradição vai esvaziar o discurso do corte de despesas e deixar o governo sem argumentos para rejeitar as reivindicações de professores, policiais e demais categorias do funcionalismo estadual.

Pedra no sapato
Tarso Genro passou o mandato inteiro sendo cobrado por não implantar o piso do magistério, compromisso assumido por escrito durante a campanha eleitoral de 2010. O polêmico episódio do salário tem tudo para se transformar na pedra no sapato do atual governador. Sartori não é marinheiro de primeira viagem, muito menos um aventureiro disposto a tirar vantagem pessoal da passagem pelo Piratini. Ao contrário, além de ser um político experiente, com historia na vida pública gaúcha, está cercado de gente calejada, tanto no seu partido como nas siglas que formam a base aliada. Faz parte de um quadro que torna ainda mais incompreensível a falta de sensibilidade presente na decisão publicada ontem no Diário Oficial.

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