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Artigo – Wilmar Rodrigues de Almeida

O ELEITOR INTELIGENTE

O eleitor inteligente sabe que não deve  abster-se de votar ou anular seu voto. Ele sabe que, dessa forma,  estará elegendo os piores candidatos. O eleitor inteligente sabe, também, que deve  votar  naquele que lhe parece ser  o mais sincero, o mais competente, aquele que lhe  parece mais  voltado para as boas causas, que seja capaz de lutar pelo que realmente interessa ou beneficia o povo. Aliás, o eleitor inteligente já vem,   por muito tempo, fazendo isso, escolhendo, votando …e se frustrando. As  dificuldades já começam antes da eleição. O  período eleitoral  torna-se  propício à prática  das grandes jogadas.  Como exemplo essa que começou com o Poder Judiciário, plantando, inocentemente, no noticiário, reivindicações como um aumento exagerado nos  subsídios, um auxílio moradia e outros pedidos mais. Como  isso ocorre sempre em período pré-eleitoral, ninguém sequer contesta a sua inoportunidade. O Poder Legislativo, os Tribunais de Contas,  da União ou dos Estados,  o Ministério Público, as Defensorias  Públicas, irão todos se  beneficiar  do efeito dominó, do efeito cascata, que esses aumentos acarretam. Um aumento de despesas ao  erário federal e ao erário estadual para o qual sempre arranjam   cobertura. Um privilégio do “andar de cima”.  Lembram-se do tempo em que  esse pessoal  recebia seus salários recheados de pinduricalhos?  Era preciso acabar com isso. Lembram-se quando os salários não tinham limites e que precisavam de um teto?  Era preciso dar um jeito nisso. E deram. Fixaram um subsídio que cobria todos aqueles  pinduricalhos.  Fixaram também um teto que daria  um fim naqueles exageros. Tais medidas foram muito festejadas pelo povo que sentiu-se um pouco menos otário. Mas foi bom enquanto durou. Ou nem durou. Novos pinduricalhos foram sendo criados, somente que agora isentos de imposto de renda, e o teto continuou estourando.  Aparelhos auditivos para os  idosos e   outras próteses não podem ser abatidos pelo imposto de renda. Imagina- se até que aqueles malandros   recebam devolução. O teto foi  para as cucúias, de tal forma que, quem recebe  menos de Cinquenta mil, acha-se  explorado.  O eleitor inteligente deve continuar votando, pois, de outra forma estará elegendo  os maus políticos. Mas não se sentirá menos frustrado. Outro exemplo é o custo das campanhas. Nem um eleitor de sã consciência  consegue  entender como isso pode acontecer. Como alguém  gasta mais do que vai receber  durante toda a legislatura, durante toda a sua gestão?  Existe alguma explicação  plausível? Algumas empresas que financiam as campanhas elegem verdadeiras bancadas. Gratuitamente? Apenas por simpatia?  O eleitor inteligente  sabe que deve continuar votando, pois do contrário estará elegendo maus políticos.  Mas continuará frustrado. Outra dúvida que paira no ar. O novo governo, em face  do maior número de partidos com representação no Congresso, com seis ou sete bancadas de um só deputado,  irá criar novos Ministérios além dos trinta e nove já existentes  para negociar suas participações na base aliada?   Tomara que não.  Os partidos  já criados  passam de trinta e falam que a  expectativa é de  que logo, logo, cheguem aos sessenta.  Isso tem cabimento?  Mas os eleitores inteligentes devem continuar votando, pois, do contrário, estarão elegendo maus  políticos. Mas será que  contibuarão frustrados? Ou será que o eleitor inteligente deve acreditar que  haverá, realmente, no Congresso uma renovação para melhor em 2015? Wilmar Rodrigues de Almeida – advogado.