Ingressos esgotados08/10/2014 | 06h03
Inter desafia a Chapecoense se sentindo quase em casa na Arena Condá
Todos os 19,5 mil ingressos foram vendidos para o confronto desta quinta-feira, 4 mil para a torcida colorada
Um jogo sui generis, com jeitão de Gre-Nal nas arquibancadas, torcedores com os corações divididos e um estádio com pura pressão espera o Inter nesta quinta-feira, às 20h30min, em Chapecó. Não há mais bilhetes à venda no Índio Condá para Chapecoense x Inter. Todos os 19,5 mil ingressos foram vendidos, 4 mil para a torcida colorada. A partida será a de maior público dos catarinenses em casa no Brasileirão.
— Nossa torcida é composta 90% por gremistas e por colorados. Os outros 10% torcem para a Chapecoense e para Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Vasco — conta o presidente do clube e também torcedor do Flamengo, Sandro Luiz Pallaoro. — É curioso, mas a maioria dos nossos associados também é sócia de outros clubes — acrescenta o dirigente, que espera uma arrecadação de R$ 500 mil limpos para o clube diante dos gaúchos.
Ainda que boa parte dos colorados presentes ao Índio Condá estarão torcendo pela permanência da Chapecoense na Série A (o time está em 16º lugar, o primeiro fora da zona de rebaixamento), e que nomes como D’Alessandro e Alex sejam quase divindades na cidade, o time de Abel Braga sofrerá pressão.
Se o Inter joga pela Libertadores, a Chapecoense atuará pela sobrevivência. Voltar à segunda divisão significará perder 80% da verba anual de quase R$ 25 milhões (direitos de TV mais o investimento de dois patrocinadores), que sustenta a folha de R$ 1,6 milhão ao mês e que mantém os salários em dia.
— Estamos encarando arbitragens tendenciosas. Tenho medo do extracampo. Não tivemos um pênalti sequer a nosso favor no campeonato inteiro — protesta Pallaoro. — Por isto, um empate com o Inter não será mau negócio.
Se gremistas e catarinenses estarão empurrando a Chapecoense contra o Inter, os colorados terão reforços. Segundo Larri Brust (assim batizado em homenagem ao atacante do segundo Rolo Compressor, Larry), nascido em Chapecó, diretor regional do Inter no oeste catarinense, uma carreata com 200 veículos recepcionará a delegação na cidade, partindo em comboio com o ônibus do clube, do aeroporto ao hotel, para que os atletas se sintam em casa.
— Vamos criar um clima de Beira-Rio no Índio Condá. Seremos 4 mil, com torcedores oriundos de 70 cidades da região e até do Paraná, e gritaremos por um estádio inteiro — promete o administrador de 54 anos, filho de gaúchos de São Sebastião do Caí. — Colocaríamos 20 mil torcedores do Inter no estádio, se tivéssemos esta quantidade de entradas.
Em jogos oficiais, essa será a segunda vez que o Inter jogará em Chapecó. Na primeira, em 2008, Índio e Alex estavam na equipe de Abel que eliminou os donos da casa na Copa do Brasil por 2 a 0 — o primeiro gol foi marcado por Alex. No primeiro turno, em Caxias do Sul, o Inter sofreu para vencer a Chapecoense por 2 a 0. os dois gols foram de Wellington Paulista que, desde então, não marcou mais no Brasileirão. Ou seja: um turno completo.
A Chapecoense em casa no Brasileirão:
Média de público
8.660 torcedores
Maior público
Chapecoense 1×2 Grêmio – 11/5 – 19.165 torcedores
Retrospecto:
Vitórias 6
Empates 4
Derrotas 3