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Pedro Simon fala na Federasul e critica negociações do governo Dilma com o Congresso

Candidato à reeleição, o senador Pedro Simon foi o convidado desta quarta-feira do evento Tá na Mesa da Federasul|Foto: Bernardo Jardim.

 

Jaqueline Silveira 

Candidato à reeleição, o senador Pedro Simon (PMDB) foi o convidado do Tá na Mesa da Federasul desta quarta-feira (10). No começo de sua manifestação, ele fez um resgaste sobre sua candidatura depois de já anunciado que não concorreria mais. Simon entrou no lugar do deputado federal Beto Albuquerque (PSB), que com a morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB), no dia 13 de agosto, assumiu o posto de vice na chapa de Marina Silva (PSB). “Eu já tinha dito que estava fora do pleito, já tinha dado minha contribuição ao longo da vida. Fui convocado, mais que convocado, fui imposto”, completou o peemedebista.

Acompanhado do concorrente ao governo do Estado pela coligação O Novo Caminho para o Rio Grande, José Ivo Sartori (PMDB), e do vice, José Paulo Cairoli (PSD), Simon foi convidado para abordar o tema “Os desafios do Rio Grande”, mas preferiu se dedicar ao cenário nacional. Ele criticou o governo Dilma Rousseff (PT) pela condução das negociações de votação no Congresso. “Neste momento chegamos no Congresso ao limite da tolerância de uma forma de governo”, afirmou ele, acrescentando que a governabilidade é o que tem “de pior na política brasileira”. Ele ressaltou que a forma de governar é do “toma lá da cá e do é dando que se recebe.” “Dá uma diretoria da Petrobras em troca de apoio, dá uma diretoria do Banco do Brasil em troca de apoio. Temos um Congresso sem credibilidade”, alfinetou o peemedebista, que atua no Senado há mais de três décadas.

Pressão popular

Participante de vários momentos fundamentais da vida do país, como o movimento das Diretas e o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, o senador ressaltou que a pressão popular é muito importante para a realização de reformas no país. Ele citou como exemplo a Lei da Ficha Limpa, que barra candidatos com condenação em 2ª instância ou por colegiado, que, segundo ele, só foi aprovada no Congresso pela mobilização popular, principalmente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e dos jovens. “Ninguém acreditava que pudesse ser aprovada”, completou. Também destacou a condenação dos envolvidos no processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que, conforme Simon, teve o acompanhamento da sociedade.

Defesa de Marina Silva

Ele aproveitou, ainda, a manifestação na Federasul para fazer uma defesa da presidenciável Marina Silva (PSB). O senador disse que, quando a socialista fala em uma nova forma de governar, não é sem partido, “mas com ideias e pensamentos diferentes”. “Ela (Marina) é pura, conhece as coisas e vai fazer as transformações que o Brasil precisa”, elogiou Simon. Também enfatizou que, se Beto Albuquerque for eleito vice-presidente da República, “o Rio Grande terá o tratamento que merece”.

Sem questionamentos

Membro da Ordem Franciscana, Simon, 84 anos, disse que ao longo da sua trajetória política não juntou patrimônio e afirmou que chego a ser alvo de comentários sobre sua condição financeira. “Dizem aquele burro não soube ganhar dinheiro nem para ele”, contou, acrescentando que não recebe aposentadoria de ex-governador, mas, sim, o salário de senador. Para finalizar, o peemedebista afirmou que podem chamá-lo “de velho”, mas que não podem questioná-lo quanto “ a minha honestidade, a minha seriedade”.

Dívida do Estado

Depois de falar a empresários e políticos, Simon foi questionado se a renegociação da dívida do Estado com a União será suficiente para resolver o problema. Em reposta, o senador disse que não, contudo afirmou que “sem falar com o governo federal não tem o que fazer”. “Não pode cobrar dívida de agiota”, argumentou ele, sobre a condução das negociações com o governo federal. Simon acrescentou que, se Marina for eleita, ela sentará à mesa para discutir a dívida do Rio Grande do Sul. Ele lembrou, ainda, que quando foi governador, de 1987 a 1990, conseguiu reduzir a dívida do Estado em 16%.

Antes de participar do Tá na Mesa, o candidato à reeleição concedeu entrevista. Apesar de ser reeleito senador por quatro mandatos, Simon se disse contrário à reeleição. “Sou contra a reeleição e o mandato deve ser de 5 anos”, pregou o peemedebista.

Questionado se seu discurso de “renovação” na campanha eleitoral não era um paradoxo, Simon discordou, argumentando que “me considero com a mesma disposição, a mesma garrada da primeira vez”.

CPIs – Em relação aos resultados das CPIs instaladas no Congresso, que agora retomará a da Petrobrás, o senador afirmou que elas continuarão inoperantes. “Hoje, a CPI é o fator de maior desmoralização do Congresso”, concluiu o peemedebista.

 

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