A organização Assembleia Popular em Solidariedade ao Povo Palestino liderou ato público na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre; o encontro, apoiado pela Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal), reuniu cerca de 200 pessoas ao som de palavras de ordem clamando pela "Palestina Livre" e declarações de repúdio à ofensiva israelense na Faixa de Gaza, onde mais 1.100 palestinos já foram mortos pelas forças militares israelenses
Ana Ávila, Sul 21 – A organização Assembleia Popular em Solidariedade ao Povo Palestino liderou no início da noite desta segunda-feira (28) ato público na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre. O encontro, apoiado pela Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal), reuniu cerca de 200 pessoas ao som de palavras de ordem clamando pela "Palestina Livre" e declarações de repúdio à ofensiva israelense na Faixa de Gaza. Entre as exigências dos manifestantes estão o cancelamento do convênio do governo do Estado com a Elbit Systems e a expulsão do embaixador israelense no Brasil.
A Elbit é uma companhia militar israelense que assinou acordo com o governo gaúcho em 29 de abril para a criação de um polo de tecnologia aeroespacial no Estado. A parceria envolve a AEL, subsidiária da empresa israelense, UFRGS, PUC, Unisinos e UFSM.
Além de ativistas empunhando cartazes, faixas, bandeiras e velas, o ato reuniu grupos como o do estudante Santiago, colombiano que cursa Mestrado na UFRGS. "A força usada por Israel contra os palestinos é desproporcional", disse ele, que não se considera um ativista, mas se solidarizou com a causa.
Lúcia Pessoa voltava para casa e foi pega de surpresa pelo ato na esquina da Borges de Medeiros. "Eu não sabia, mas apoio. Vejo na TV o número de mortos do lado palestino aumentar todos os dias", afirmou.
O ato desta segunda (28) é fruto de assembleias reunindo mais de 25 organizações e ativistas autônomos que chegaram a elaborar uma carta aberta de solidariedade ao povo palestino. O documento repudia o que o grupo chama de “genocídio diário praticado pelas forças israelenses”.
Os ativistas deram seguimento ao ato com uma caminhada pela avenida Borges de Medeiros, ingressando na avenida Salgado Filho e concentração nas proximidades da João Pessoa, de onde retornaram à Esquina Democrática.
Vigília
No dia 16 de julho, uma vigília foi realizada no Largo Glênio Peres pela Federação Árabe Palestina no Brasil (Fepal) com apoio de outras entidades, movimentos sociais e sociedade civil, pedindo o fim dos ataques israelenses na Faixa de Gaza.
Cessar-fogo
O Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu na madrugada desta segunda-feira (28) um cessar-fogo imediato e incondicional para a região. O objetivo é conseguir realizar a distribuição de assistência humanitária na Faixa de Gaza.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que o acordo entrasse em vigor em respeito ao Eid al Fitr, fim do período de jejum do Ramadã e uma das datas mais importantes do calendário muçulmano.
Apesar do apelo da ONU, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a organização não leva em consideração as necessidades de segurança de Israel e criticou que o pedido de cessar-fogo não cite “os ataques contra a população civil israelense”.
A ofensiva militar em Gaza – região com 1,8 milhão de habitantes – já deixou mais de 930 palestinos mortos e seis mil feridos, de acordo com a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). Mais de 170 mil pessoas foram deslocadas e forçadas a buscar abrigo em estabelecimentos administrados pelas Nações Unidas.
* Com informações da ONU Brasil