O ouvidor-geral da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Marlon Santos (PDT), defendeu nesta terça-feira (29) em Três Passos o afastamento do juiz Fernando Vieira dos Santos do caso Bernardo. O parlamentar colocou a atuação do juiz no caso sob suspeita em razão de uma suposta ligação dele com os suspeitos pela morte do garoto. O juiz ainda não foi localizado pelo G1 para comentar as declarações do deputado.
O menino de 11 anos foi encontrado morto no dia 14 enterrado em um matagal em Frederico Westphalen, no Noroeste do estado, a cerca de 80 km de Três Passos, onde morava com a família. Ele estava desaparecido desde 4 de abril. O pai dele, Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e a assistente social Edelvania Wirganovicz, amiga da mulher, estão presos por suspeita de participação no crime.
Segundo o deputado, o juiz Fernando Vieira tem relação com a família de Leandro Boldrini. A mulher do juiz, que é escrivã da Comarca de Três Passos, seria irmã da mulher de Paulo Boldrini, irmão do médico. Por esse motivo, na avaliação do parlamentar, a decisão do juiz de manter a criança sob a guarda do pai durante uma audiência no início do ano estaria sob suspeita.
O deputado Marlon Santos diz que ouviu o depoimento de 13 pessoas entre segunda (28) e terça-feira (29). Ele fez elogios ao trabalho do Conselho Tutelar, do Ministério Público e da Polícia Civil no caso, mas disse que a Justiça deixou a desejar. Agora, ele vai encaminhar um relatório à Presidência da Assembleia para que possíveis medidas sejam tomadas.
O desembargador Túlio Martins, presidente do Conselho de Comunicação do Tribunal de Justiça (TJ-RS), disse que as insinuações do deputado são infundadas e não há motivos para suspeitar da atuação do juiz Fernando Vieira no caso. O Judiciário diz que fez uma pesquisa sobre o assunto e descartou qualquer ligação familiar.
G1/rs
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