Com exceção da candidatura do ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori ao governo do RS, nada mais está definido no PMDB gaúcho; a aliança com o PSB, tida como certa, poderá sofrer mudanças se a legenda se aproximar do PDT; e o senador Pedro Simon segue flertando com a reeleição, o que elimina a chance do ex-governador Germano Rigotto pleitear o cargo. A definição deverá sair apenas na segunda-feira (14)
10 de Abril de 2014 às 12:45
Fernanda Morena, Sul 21 – Com exceção do Palácio Piratini, com a candidatura do ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori, nada mais está definido no PMDB gaúcho. A aliança com o PSB, tida como certa, poderá sofrer mudanças se a legenda se aproximar do PDT. E o senador Pedro Simon segue flertando com a reeleição, o que elimina a chance do ex-governador Germano Rigotto pleitear o cargo. A definição deverá sair apenas na segunda-feira (14), quando a executiva estadual se reúne para bater o martelo sobre os nomes que irão compor, por parte do partido, a chapa majoritária.
Conforme o ex-deputado e ex-presidente peemedebista Ibsen Pinheiro, Simon é a escolha natural, e a candidatura do senador aguarda apenas a confirmação do próprio Simon. Com isso, o ex-governador Germano Rigotto deverá ficar de fora. Ou tentar, na avaliação de Ibsen, uma vaga na Câmara dos Deputados. "Acho que ele poderia ser um deputado federal eleito com 300 mil votos. O ex-senador Fogaça é o mesmo, assim como o Luís Roberto Ponte e o Ziulkoski. Todos eles seriam [eleitos] deputados e fortaleceriam enormemente a legenda", opinou Ibsen, citando outros pesos-pesados do partido que também estão indefinidos – com exceção de Ziulkoski, que perdeu a indicação ao Piratini para Sartori e fica na presidência da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
Sai também na segunda-feira a definição dos socialistas para a chapa de candidatos à Presidência da República. Tudo indica que não haverá nenhuma novidade nesta frente, e os nomes do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e da ex-senadora Marina Silva serão homologados para presidência e vice, respectivamente. Dessa definição depende a aliança estadual da legenda no Rio Grande do Sul, já que o foco principal do PSB para as eleições de outubro é o Palácio do Planalto.
O partido não tem nome confirmado para indicar ao cargo de vice de Sartori, mas o deputado federal José Stédile já teria acenado positivamente para a sua possível inclusão na chapa. O deputado estadual Miki Breier (PSB), no entanto, admite que o partido está disposto a deixar de indicar um nome para o cargo se entender que o PMDB deseja oferecê-lo a outra legenda. A condição, entretanto, é que o PMDB siga dê palanque para Eduardo Campos no estado. “A aliança com o PMDB está em negociação. Se a negociação entender a importância de atrair um outro partido, não teríamos problema em abrir mão da composição”, anunciou.
O outro partido em questão seria o PDT, com quem o PMDB teria se encontrado para articular uma possível reviravolta nas eleições gaúchas, puxando os pedetistas para a sua coligação contra a reeleição de Tarso Genro (PT). Os pedetistas, entretanto, foram os primeiros a definir Vieira da Cunha como seu candidato ao Piratini e Lasier Martins como senador. “É uma ideia. Eu particularmente acho muito difícil, mas é uma ideia”, confessa Ibsen. Conforme o ex-deputado, uma aliança com o PDT só poderia ser formada se o PMDB mantivesse o candidato ao governo – o que significa que Vieira da Cunha teria que abrir mão da disputa ao Piratini.
Para o deputado estadual Heitor Schuch, vice-presidente do PSB gaúcho, essa conversa entre PMDB e PDT seria natural e o PSB não deve intervir. O parlamentar, porém, acredita ser difícil uma aliança em função de que tanto o PMDB quanto o PDT já possuem nomes fortes para a disputa ao Senado. “Talvez para o governo eles pudessem se entender”, ponderou. “Nós seguimos querendo ser vice do Sartori”, acrescentou Schuch.
Uma aliança entre PMDB e PDT implicaria os peemedebistas tirar Simon da corrida pelo seu quarto mandato consecutivo no Senado. “O cargo ao governo do estado é inegociável”, garantiu Ibsen. O comunicador Lasier aparece na pesquisa Ibope à frente de todos os candidatos, com as intenções de voto batendo entre os 38% e 45%, dependendo do adversário.
O PDT, por sua vez, não confirmou a aproximação com o PMDB. O presidente da sigla no estado, Romildo Bolzan Junior, afirmou inclusive desconhecer essa possível organização de uma aliança. “Eu sou o porta-voz do partido no estado, e ninguém falou comigo ou me procurou”, declarou o presidente, que não descartou a possibilidade de as conversas estarem acontecendo extra-oficialmente entre a cúpula peemedebista e militantes da legenda. “Mas não é uma possibilidade. Nossos candidatos estão em campanha. Não existe a possibilidade [de aliança]”, garantiu.
No cenário nacional, o PDT já confirmou apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT). O PSB mantém a candidatura ao Planalto como o seu foco principal. O PMDB estadual decidiu já na sua pré-convenção que a prioridade da legenda no Rio Grande do Sul é o Piratini, e que por isso não estariam amarrados ao plano do partido nacionalmente – que possui a vice-presidência da República ocupada por Michel Temer.
Ibsen reafirma a intenção do PMDB rio-grandense em fechar os acordos que tornem a coligação o mais competitiva possível para o governo do estado, ficando o apoio nacional dependendo da aliança que será formada. Sobre uma visita de Dilma e Temer durante a campanha, o ex-deputado assumiu a possibilidade de que o palanque de Sartori os recebesse – mas somente se a participação deles fosse em apoio ao candidato peemedebista ao Piratini. “A questão nacional fica em segundo plano. Vamos cuidar do nosso palanque estadual, e eles [Dilma e Temer] do deles.”