Presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) há 17 anos, Paulo Ziulkoski oficializou sua pré-candidatura ao governo do Rio Grande do Sul pelo PMDB; apoiado por prefeitos e também, pelo deputado federal Eliseu Padilha, com a proposta de um governo municipalista, ex-prefeito de Mariana Pimentel se opõe à candidatura de Ivo Sartori, pré-candidato da elite peemedebista gaúcha
1 de Março de 2014 às 12:03
Sul21 (Fernanda Morena) – Presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) há 17 anos, Paulo Ziulkoski oficializou nesta sexta-feira (28) sua pré-candidatura ao governo do Rio Grande do Sul pelo PMDB. Apoiado por prefeitos, vice-prefeitos, o movimento negro do partido e, também, pelo deputado federal Eliseu Padilha, o ex-prefeito de Mariana Pimentel se opõe à candidatura de Ivo Sartori, pré-candidato da elite peemedebista gaúcha (link) com a proposta de um governo municipalista: “O modelo tem que ser aquele em que o cidadão possa ser ouvido, e não só o governo, a liderança”.
Ziulkoski diz ter aceitado sua indicação pela CNM em função da ampla participação da base do PMDB na escolha do candidato, ao invés de uma definição vinda de cima – a cúpula da legenda. Para ele, a forma como o PMDB vem escolhendo seus candidatos está ultrapassada: “É por isso que estamos perdendo número de bancada a cada eleição. Isso é a prova de que é uma política equivocada”, avalia.
Em entrevista ao Sul21, o pré-candidato criticou o modo como são escolhidos os nomes do partido para concorrer às eleições. “Não dá mais para ficar patinando por meses ou anos para saber quem é o nosso candidato só porque dois ou três não se acertam.”
O prefeito Marco Alba, de Gravataí, e o deputado Alceu Padilha estiveram no evento desta sexta-feira, o que reforça convicções de que Ziulkoski seria uma opção do partido para dar palanque à reeleição da presidenta Dilma Rousseff, tendo Michel Temer (PMDB) como vice. Ziulkoski nega a ligação de seu nome à proposta, anunciando que irá aceitar a tese que o partido determinar como a mais favorável. Ele não descarta uma possível coligação com o PSB de Eduardo Campos ou o PSDB, de Aécio Neves, em nível nacional. “Se eu colocar minha opinião pessoal acima da do partido, eu deixo de representar a síntese do mesmo”, pondera.
Proposta municipalista
Natural de Mariana Pimentel, Ziulkoski foi prefeito da cidade em 1993 e reeleito em 2000. Conforme o diretório estadual do PMDB, sua administração contou com 90% de aprovação popular. Se eleito, ele pretende refazer o feito ao centralizar seu governo na força dos municípios – na verdade, descentralizando a força do governo e enaltecendo uma base mais popular, através das lideranças municipais.
“Esta é uma proposta de um governo do estado que trabalhe junto com o cidadão, indo ao encontro dos movimentos populares, inclusive das movimentações de junho”, cita, explicando que isso se dá através da prefeitura, que serve como uma interface dos clamores sociais. “É ali no município que o cidadão quer saúde, educação. O dia-a-dia dele é ali, e não no Estado, ou na União. O governador não pode se enclausurar na capital e ficar só fazendo as coisas daqui”, decreta.
A viabilidade dessa proposta se daria por meio de uma aproximação entre os cidadãos e a vida política de sua cidade, em que pudessem ser o gestores de políticas públicas, elencando prioridades e desenvolvendo-as conforme as necessidades municipais. Essa unidade, segundo o peemedebista, poderia aumentar a pressão ao governo federal. “É essa falta de ligação entre Estado e município que causa um entrave que hoje é o conflito federativo”, defende.