O deputado federal e pré-candidato do PDT ao Piratini, Vieira da Cunha (PDT), se reuniu com representantes de sete partidos políticos para discutir um projeto de governo para o Rio Grande do Sul; na ocasião, foi assinado um manifesto por seis das sete legendas presentes classificado como um documento de "parceria pelo desenvolvimento do Rio Grande do Sul"; exceto o PV, assinaram PDT, PSD, PSC, DEM, PR e PPS
26 de Novembro de 2013 às 18:56
Nícolas Pasinato, Sul21 – O deputado federal e pré-candidato do PDT ao Piratini, Vieira da Cunha (PDT), se reuniu, na manhã desta sexta-feira (26), com representantes de sete partidos políticos para discutir um projeto de governo para o Rio Grande do Sul. Na ocasião, foi assinado um manifesto por seis das sete legendas presentes classificado como um documento de "parceria pelo desenvolvimento do Rio Grande do Sul". Assinaram PDT, PSD, PSC, DEM, PR e PPS. O Partido Verde foi único que não subscreveu o documento.
Os partidos que assinaram o manifesto possuem juntos 150 deputados federais na Câmara. Incluindo o PV o número subiria para 159. Esse índice é relevante, pois dois terços do espaço da propaganda eleitoral de TV e rádio é calculado, proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, considerado, no caso de coligação, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integram. "Caso confirmada essas alianças, dificilmente esse tempo será superado", prevê Vieira da Cunha.
Porém, ele ressalta que não existe ainda um anúncio de aliança para 2014. "É um anúncio de uma parceria pelo desenvolvimento do Rio Grande. Essa parceria vai ou não se tornar uma coligação dependendo dos fatos políticos e outras questões que o futuro irá dizer", destaca.
Para Vieira, o encontro também simboliza uma resposta para lideranças do PDT, que defendem a permanência do partido na coalizão liderada pelo PT para a reeleição do governador Tarso Genro. "Demonstra que há abertura de várias forças políticas partidárias para um projeto alternativo para o Rio Grande do Sul. Desmente a afirmação que estaríamos isolados na corrida para o Palácio Piratini", disse.
O empresário gaúcho José Paulo Cairoli, presidente estadual do PSD, ressaltou que foi construída uma agenda de convergência sobre os grandes problemas do estado para que eles possam ser inseridos dentro de um programa de governo. O presidente estadual do PR, Cajar Nardes, afirmou que o grupo de partidos presentes querem um estado mais eficiente. "Temos uma sociedade digital e queremos um estado digital e não um estado analógico como o de hoje. Qualquer cidadão, se perguntado, diria que o governo deixa a desejar nos serviços prestados", afirmou Nardes.
Sérgio Stasinski, do PV, esclareceu que não assinou o documento em função do partido não ter discutido em profundidade o assunto. Por outro lado, destacou como positiva a possibilidade da candidatura de Vieira da Cunha como alternativa para o Estado. "Precisamos rediscutir também o Pacto Federativo, onde os estados e os municípios ficam com quase todos os serviços e a União com quase toda arrecadação. Temos de distribuir isso", acrescentou.
O presidente estadual do DEM, Onyx Lorenzoni, classificou a candidatura de Vieira como uma "possibilidade de construção de um projeto de recuperação do Rio Grande do Sul". "Os desafios para os próximos anos são intransponíveis. Para isso, esse grupo convida outras agregações políticas e a sociedade gaúcha organizada para fazer parte dessa discussão", declarou.
Segundo ele, o estado necessita de um melhor nível de segurança, infraestrutura, saúde e educação. "As pesquisas mostram que o Rio Grande do Sul quer mudar e nós estamos dispostos a construir um projeto sério e sem empreguismo para botar a companheirada para trabalhar como o atual governo faz", defendeu.
Sérgio Ramos, do PPS, disse que o seu partido concorda que o Estado passa por uma profunda crise e que é necessário construir políticas que possam perseverar no tempo. O presidente do PSC, Moisés Rangel, também lamentou a gestão financeira do atual governo e disse que o seu partido quer contribuir para reverter esse quadro. "Não concordo que o Rio Grande do Sul seja ingovernável. É necessário mudar os rumos do governo", avaliou.
Confira o documento assinado pelos partidos na íntegra
"Manifesto ao Rio Grande
Ao aproximar-se o período de definições em relação às Eleições Gerais de 2014, os partidos signatários deste Manifesto, por suas lideranças, convidam uma reflexão.
Considerando a necessidade que tem o Rio Grande do Sul de uma gestão pública que enfrente de forma eficaz os problemas que tornaram ineficiente a prestação de serviços de responsabilidade do Estado;
considerando que a crise de gestão é percebida no preocupante e crescente endividamento do Estado e na incapacidade de gerar novas receitas, o que impede o Governo de cumprir sua função de promover o desenvolvimento e garantir o bem-estar ao povo gaúcho;
considerando que a falta de investimentos em áreas vitais de responsabilidade do Estado compromete o presente e o futuro da sociedade Rio-grandense;
considerando a necessidade de uma alternativa a esse inaceitável contexto, incompatível com o papel de vanguarda que o Rio Grande do Sul sempre desempenhou na Federação brasileira, as agremiações subscreventes e suas lideranças anunciam publicamente a sua disposição de firmar parceria pelo desenvolvimento sustentável do Rio Grande do Sul e convidam as demais forças políticas e a sociedade Rio-grandense a somarem esforços na construção de um projeto que resgate a governabilidade, a confiança, a autoestima e a esperança do povo gaúcho em um futuro melhor para todos os filhos e filhas desta terra".