Cotação do dia

USD/BRL
EUR/USD
USD/JPY
GBP/USD
GBP/BRL
Trigo
R$ 115,00
Soja
R$ 180,00
Milho
R$ 82,00

Tempo

Aldo Pinto quer disputar pré-candidatura do PDT no RS

Samir Oliveira/SUL21

Ex-deputado estadual e federal e um dos fundadores do PDT, Aldo Pinto anuncia que colocará seu nome à disposição para representar o partido na disputa pelo Palácio Piratini em 2014. Até então, apenas o deputado federal Vieira da Cunha havia manifestado a intenção de concorrer ao governo do estado pelo PDT. A legenda realiza uma pré-convenção no dia 7 de dezembro, quando deverá decidir se terá candidatura própria ao governo gaúcho e quem será o nome escolhido.

Aldo Pinto não disputa uma eleição desde 1994, quando concorreu ao Senado. Anteriormente, havia participado da corrida pelo Palácio Piratini, em 1986, quando ficou em segundo lugar, na ocasião em que o hoje senador Pedro Simon (PMDB) saiu vitorioso. Agora, aos 73 anos, afirma que atendeu a um apelo de um grupo de militantes pedetistas descontentes com os rumos do partido.

“Um grupo de companheiros e amigos me solicitou que liberasse meu nome para ser candidato a candidato do partido. Queremos iniciar um movimento para que o PDT volte a ser fortalecido”, justifica.

 

Ala ligada à família Brizola perdeu na votação dos delegados, mas lideranças acreditam que a vitória foi de terem mantido a essência do trabalhismo nos debates internos./ Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Juliana Brizola entende que presença de Aldo Pinto na disputa demonstra que o nome de Vieira da Cunha não é unanimidade entre os pedetistas gaúchos | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

 

O setor representado por Aldo Pinto é formado principalmente por militantes e lideranças descontentes com a direção nacional do PDT, comandada pelo ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi. “É um movimento de resistência e uma mobilização fundamental para os destinos do PDT no Rio Grande do Sul. A direção nacional não teve responsabilidade em muitos atos”, considera. Aldo Pinto lamenta a saída de sete deputados federais do partido, dentre eles, Miro Teixeira, que considera o melhor parlamentar do Congresso Nacional.

Para Aldo Pinto, “a forma como estava sendo colocada” a discussão em torno da escolha de um nome pedetista ao Palácio Piratini “não era a mais adequada”. “O sujeito que se diz candidato é candidato a tudo e obedece rigidamente as determinações do presidente do partido a nível nacional, que, para nós, não tem absolutamente nenhuma condição para dirigir o PDT”, critica.

Carlos Araújo e Juliana Brizola endossam pré-candidatura de Aldo Pinto

Dentre os apoiadores de Aldo Pinto, estão a deputada estadual Juliana Brizola e o ex-deputado e ex-marido da presidente Dilma Rousseff (PT) Carlos Araújo – que, recentemente, se refiliou ao PDT. “Araújo pode ser hoje o maior líder urbano dentro do PDT. É meu grande amigo e um homem inteligente, competente e solidário, tenho certeza que irá nos ajudar muito”, assegura Aldo Pinto.

Juliana Brizola constata que o lançamento da pré-candidatura de Aldo Pinto reflete a ausência de unanimidade em torno do nome do deputado federal Vieira da Cunha. “Acho super interessante a disposição do doutor Aldo em querer contribuir com o partido. Ele tem toda legitimidade para isso, por sua trajetória e conduta. Isso demonstra que o partido está vivo e que não há uma unanimidade em toro do deputado Vieira da Cunha”, entende. A deputada garante que seu apoio a Aldo Pinto será “irrestrito, pelo fato de ele ser contrário à direção nacional”.

“Participação de Aldo Pinto valoriza processo democrático interno”, diz Vieira da Cunha

O deputado federal Vieira da Cunha, que é vice-presidente nacional do PDT, acredita que o ingresso de Aldo Pinto na disputa pela indicação do partido à candidatura ao Palácio Piratini qualificará o processo de escolha entre os filiados. “A participação do ex-deputado só valoriza o processo democrático interno. Irá movimentar a convenção. O resultado que surgir desse processo de disputa será um fator de unidade em torno de quem vencer”, comenta.

O deputado acredita que a disputa interna irá se realizar com cordialidade entre os adversários. “Se depender de mim, será feito um debate em um nível construtivo e propositivo. Tenho certeza que será assim da parte dele também”, opina.

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Vieira da Cunha afirma que disputa interna trará unidade em torno do nome que obtiver a maioria dos votos | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

 

Romildo Bolzan Júnior, presidente do PDT no Rio Grande do Sul, evita fazer um juízo de valor a respeito da pré-candidatura de Aldo Pinto. Ele explica que a direção estadual está elaborando o regulamento que irá balizar a pré-convenção do dia 7 de dezembro.
“As chapas terão prazo para serem inscritas e haverá um ritual mínimo a ser seguido. Estabeleceremos um roteiro com pelo menos um debate entre os pré-candidatos”, informa.

A pré-convenção irá tirar diretrizes vinculantes para convenção do próximo ano. O encontro partidário do próximo mês irá decidir se o PDT terá candidatura própria e quem será o nome escolhido para representar o partido. Quem poderá votar serão os delegados escolhidos pelos diretórios municipais da legenda. Ainda não está definido se a votação será aberta ou fechada. Além disso, as bancadas de deputados federais e estaduais também terão direito a voto, assim como os movimentos setoriais do partido, como as alas de jovens e de mulheres, por exemplo.

Prévia para escolha de candidato estadual é inédita no PDT gaúcho

O presidente do PDT gaúcho Romildo Bolzan Júnior não se recorda de nenhuma outra ocasião em que tenha ocorrido, de fato, uma disputa interna para a indicação do representante do partido para a eleição ao Palácio Piratini. As últimas prévias de maior notoriedade foram realizadas nas eleições municipais para a prefeitura de Porto Alegre.

Em 1988, Carlos Araújo saiu vitorioso da prévia realizada com Carrion Júnior para decidir quem representaria o PDT na disputa pela prefeitura da Capital. Em 2004, Vieira da Cunha obteve a vitória sobre Alceu Collares em uma disputa interna também para a escolha do candidato em Porto Alegre.