Neste momento, Eduardo Campos, governador de Pernambuco, e Marina Silva, ex-senadora, anunciam sua aliança; "Eduardo Campos está com uma responsabilidade histórica diante de todos nós", disse Marina; "somos o único partido clandestino criado em plena democracia";
5 de Outubro de 2013 às 16:32
247 – Neste exato momento, Eduardo Campos, presidente do PSB, e Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, selam sua aliança rumo a 2014. O evento vem sendo transmitido ao vivo pela TV João Mangabeira (acompanhe aqui).
Com a palavra, Marina Silva:
"Eduardo Campos está com uma responsabilidade histórica diante de todos nós", diz a ex-senadora, que afirma ter feito a sua parte no tocante às assinaturas da Rede.
"A derrota ou a vitória só se medem diante da história", afirma.
Ela também agradeceu seus apoiadores e o ministro Gilmar Mendes, que lhe deu o único voto na derrota por 6 a 1 no Tribunal Superior Eleitoral. "Somos o único partido clandestino criado em plena democracia".
Cobrada sobre um plano B, ela afirmou que encontrou um plano C. "Meu plano C é o Eduardo Campos". Ela afirma que o governador pernambucano também corre o risco de ser "cassado", mas de modo diferente ao dela – a Rede não foi validada por não ter obtido o mínimo de assinaturas exigido pelo TSE.
Abaixo, noticiário da Reuters:
Marina Silva se filiará ao PSB, que anuncia "coligação" com Rede
BRASÍLIA/SÃO PAULO, 5 Out (Reuters) – A ex-senadora Marina Silva vai se filiar ao PSB e o partido que ela buscava criar, a Rede Sustentabilidade, fará uma "coligação política e eleitoral" com os socialistas, informou o PSB neste sábado, acrescentando que a definição de uma eventual candidatura própria à Presidência em 2014 só será discutida no ano que vem.
Mais cedo, uma fonte do PSB já havia dito à Reuters que Marina se filiaria ao partido. Segundo essa fonte, as negociações entre Marina e PSB ocorreram durante a sexta-feira.
A filiação de Marina e a coligação entre PSB e Rede será anunciada em entrevista coletiva nesta tarde, com a presença do governador de Pernambuco e presidente da legenda, Eduardo Campos.
Marina tentava formalizar a Rede junto à Justiça Eleitoral antes do fim prazo para que políticos interessados em disputar as eleições do ano que vem se filiassem a um partido. O prazo se encerra neste sábado. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no entanto, rejeitou na última quinta-feira o pedido de registro da nova sigla.
Segundo o líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), a ex-senadora mostrou "desprendimento" com sua decisão de se filiar ao PSB e "falou sobre a possibilidade de ser vice do Eduardo (Campos)".
Marina ocupa a segunda colocação nas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2014, enquanto Campos aparece na quarta posição na preferência do eleitorado.
Recentemente o PSB anunciou sua saída do governo da presidente Dilma Rousseff, abrindo caminho para uma candidatura própria do partido à Presidência da República.
Dilma lidera a corrida eleitoral do ano que vem à frente de Marina. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), está na terceira posição, de acordo com as pesquisas.
Na avaliação do cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília, Campos deve ser o candidato presidencial do PSB mesmo com a chegada de Marina ao partido.
Ele avalia que a aliança entre a ex-senadora e o governador pernambucano pode ser "interessante" para muitos eleitores e forte o bastante para levar a corrida presidencial para um segundo turno.
ANTIGOS ALIADOS
A aliança entre Marina e Campos também coloca lado a lado na eleição do ano que vem duas figuras políticas com histórico de ligação com o PT.
Marina foi senadora pelo partido e ministra do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Campos também foi ministro de Lula e o PSB apoiou o PT em cinco das seis eleições presidenciais disputadas desde a redemocratização do país. Somente em 2002 os socialistas não apoiaram o PT no primeiro turno, mas se juntaram aos petistas no segundo.
Após a rejeição da Rede pelo TSE, Marina vinha sendo assediada por outros partidos, que lhe ofereceram legenda para que disputasse a eleição presidencial do ano que vem. Entre eles o recém-criado PEN, o PPS e o PTB, que buscavam atrair o capital político da ex-senadora. Marina, que disputou a eleição presidencial em 2010 pelo PV, obteve quase 20 milhões.
Ela, no entanto, surpreendeu e fez a opção pelo PSB, sigla que tem Campos como provável candidato ao Palácio do Planalto, mas que também é melhor estruturada do que legendas menores que fizeram convites à ex-senadora.
Marina decidiu tentar a criação de uma nova legenda após a eleição de 2010, com o discurso de criar uma "nova política" e quebrar a polarização entre PT e PSDB, que domina o cenário político desde 1994.
A chegada dela em uma outra legenda que não a Rede pode, na avaliação de analistas, gerar algum desgaste à ex-senadora, já que esse movimento pode ser interpretado como contraditório ao discurso que levou à tentativa de fundar a Rede.
(Reportagem adicional de Brian Winter, em São Paulo e Anthony Boadle, em Brasília)