Líder do PMDB na Câmara sinaliza que briga com o partido continua. Parlamentares se queixam do governo por não deixar o Congresso ser protagonista do processo legislativo. "É um erro achar que, a esta altura, o problema é de emendas", afirma o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI). A bancada reivindica maior diálogo com a presidente e melhor relação com o governo
1 de Agosto de 2013 às 06:43
247 – A presidente Dilma Rousseff liberou recursos de emendas parlamentares incluídas no orçamento da União (R$ 2 bilhões de imediato, chegando a R$ 6 bilhões até o fim do ano) para acalmar os ânimos da base aliada no Congresso e garantir a aprovação de vetos importantes para o governo.
No entanto, na Câmara, a briga do governo com o PMDB parece longe do fim. "Isso é só um detalhe", afirma o líder, Eduardo Cunha (RJ).
Parlamentares se dizem céticos com relação ao repasse do dinheiro das emendas pela Caixa Econômica Federal, que pode demorar até dois anos. Além disso, o dinheiro das emendas pode ser vital para deputados beneficiarem suas bases eleitorais, mas representam pouco para os senadores, que têm um Estado todo para atender. Eles se queixam de o governo não deixar o Congresso ser protagonista do processo legislativo.
O próprio PT se diz insatisfeito com a medida. "É um erro achar que, a esta altura, o problema é de emendas", afirma o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI). A bancada reivindica maior diálogo com a presidente e melhor relação com o governo. Dias prevê melhora no cenário econômico, mas "desafios na política", com a proximidade de outubro, largada para as eleições. "Teremos de cuidar melhor [da relação com aliados] para criar um ambiente de tranquilidade." A mensagem foi passada a Dilma pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.