Campos critica governo Dilma junto ao BID
O governador de Pernambuco bateu mais uma vez contra a política econômica da presidente Dilma, só que desta vez na sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington (EUA). Pré-candidato do PSB criticou intervenções na Petrobras por parte do Executivo e disse ser necessário um combate maior à inflação, com a elevação da taxa de juros pelo Banco Central
12 de Abril de 2013 às 09:37
PE247 – O governador de Pernambuco e potencial pré-candidato á Presidência da República pelo PSB em 2014, Eduardo Campos, bateu mais uma vez contra a política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), só que desta vez as críticas foram feitas na sede do banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington (EUA). O socialista engrossou o tom ao dizer que o governo está perdendo o controle da inflação, criticou as intervenções na Petrobras por parte do Executivo e a não regulamentação de setores da economia – em especial gás e petróleo. Campos também avaliou que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá tender a elevar a taxa básica de juros (Selic) em sua próxima reunião, na semana que vem, como forma de evitar a escalada inflacionária.
“Precisamos ganhar 2013. O Brasil teve 2011 pior 2010, 2012 pior que 2011”, disse a jornalistas brasileiros presentes ao evento “Fortalecendo a Capacidade do Estado para o Resultado”, promovido pelo BID. Segundo Campos, “já foi utilizado quase todo o ferramental macroeconômico, sobretudo de política monetária, para animar a economia. A depender das ações que serão tomadas, podemos comprometer 2013 e 2014. Cada um vai assumir as consequências do que vai ser adotado”, afirmou referindo-se à necessidade de acelerar o desempenho da economia e quanto ao controle da inflação.
Sobre este assunto, o governador observou que o Copom deverá aumentar a taxa Selic em sua próxima reunião como forma de combater a inflação que em março chegou a 6,59%. “Quando a política monetária perde peso, a política fiscal ganha espaço”, avaliou. O socialista defendeu, ainda, cortes nos gastos públicos como um mecanismo auxiliar de controle. “O fundamental é controlar a inflação, atrair mais investimentos e ampliar o motor de consumo, o mercado de trabalho”, disparou.
A bateria de críticas também foi dirigida às renúncias fiscais feitas pelo Governo Federal como uma maneira de estimular a economia. Para o governador, esta medida acaba por penalizar Estados e municípios, cujas receitas derivadas destes impostos são repartidas entre si, resultando em uma queda significativa na capacidade de investimentos. A intervenção federal para segurar o preço da gasolina e do álcool combustível também foi ressaltada. “A política de manter estes preços mais baixos diminuiu a capacidade de investimentos da Petrobras e levou o País a importar petróleo”, comentou.
A gente não pode cair na armadilha de ter um preço de combustível que não seja de classe mundial. Pode ser que não seja o caso de fazê-lo (promover um novo reajuste) neste momento. Mas isso se acumulou e teve forte repercussão na vida da Petrobras e do setor Sucroalcooleiro. As consequências, como dizia o conselheiro Acácio (personagem criado pelo escritor Eça de Queiroz), vêm sempre depois”, teria dito segundo o jornal Estado de São Paulo.