Liderado pelo advogado Marco Aurélio Carvalho, o setorial jurídico do partido irá analisar representação a ser apresentada contra o ministro Luiz Fux, ao procurador-geral Roberto Gurgel; por ter sinalizado que absolveria réus da Ação Penal 470 no período em que tentava chegar ao STF, Fux deveria se declarar impedido, na visão do PT; se Gurgel engavetar o caso, será também acusado de prevaricação
12 de Abril de 2013 às 07:40
247 – Está marcada para este sábado uma reunião do setorial jurídico do PT, que poderá propor o impeachment do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal. O PT pretende questionar a conduta do ministro, que, em sua escalada rumo ao STF, procurou vários integrantes do partido, incluindo réus, prometendo absolvê-los. Segundo o PT, Fux deveria se declarar impedido. "Ele não poderia ter participado de nenhuma conversa sobre o processo, ter visitado réus", diz o coordenador do setorial jurídico do partido em São Paulo, o advogado Marco Aurélio Carvalho. "O próprio ministro Joaquim Barbosa já se declarou muito preocupado com o conluio entre advogados e juízes, e o suposto conluio do Fux foi enquanto ele já era ministro do Superior Tribunal de Justiça", afirma.
Em entrevista à Folha, José Dirceu declarou ter sofrido "assédio moral" por parte de Fux, que o procurava prometendo absolvê-lo, enquanto pleiteava a vaga no STF. O próprio Fux, em entrevista também à Folha, admitiu ter feito lobby junto a personagens como Antonio Palocci e José Dirceu. Depois da entrevista de Dirceu, Fux afirmou que não "polemizaria com réus". A representação será encaminhada ao procurador-geral Roberto Gurgel. Caso ele decida engavetá-la, será acusado de prevaricação.