Imediatamente, o PSDB saiu a campo, em nota oficial assinada pelo presidente da legenda, Sergio Guerra, informando que o certo seria a presidente "pedir desculpas aos brasileiros". Segundo a ótica tucana, o partido, por meio de emenda apresentada pelo deputado Bruno Araujo, em abril do ano passado, à MP 563, já havia apresentado oficialmente a proposta de zerar de impostos a cesta básica. "Se não houvesse vetado a emenda aprovada, o benefício de produtos mais baratos já teria chegado à mesa dos brasileiros meses atrás", registrou Guerra.
Ao 247, na tarde deste sábado 9, a assessoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) apresentou um versão complementar – e anterior – dessa história. Em fevereiro de 2012, antes, portanto, da apresentação da emenda tucana, Teixeira e outros oito deputados federais petistas apresentaram projeto de lei com o mesmo fim: zerar os impostos federais da cesta básica. Lembrou-se, ainda, que, ao lançar sua emenda, o tucano Bruno Araújo fez questão de mencionar o projeto petista. "Tenho a honra de ser o autor dessa emenda. Mas precisamos ser justos: nada mais fiz do que reproduzir um projeto de lei assinado pelo líder do PT, Jilmar Tatto, e pelos deputados petistas Paulo Teixeira e Ricardo Berzoini", disse Araújo em plenário.
O assunto ainda vai render mais discussões entre os dois partidos. "Fomos plagiados", reclama Teixeira. Para ele, os impostos da cesta básica só não caíram antes porque a presidente precisava ter claro, por meio de contas feitas no Ministério da Fazenda, qual seria o impacto da medida na arrecadação federal. Sabe-se agora que o governo deixará de arrecadar R$ 5,5 bilhões em impostos federais em 2013 e R$ 7,3 bilhões por ano a partir do ano que vem.
"Governo também com a mesma sensibilidade e cuidado que vocês devotam a sua família", disse, como boa mãe, a presidente Dilma em seu pronunciamento em rede. Quanto ao pai zeloso, PT e PSDB dizem ser.
