Não se corromper é "tarefa árdua" de novo partido
Declaração é de Heloísa Helena, ex-petista, fundadora do PSOL e que agora atua ao lado de Marina Silva na criação de sua nova legenda, Rede Sustentabilidade; sobre a resistência às ‘vicissitudes da velha política’, a vereadora diz que "a tarefa é muito dura, dificílima. Mas o poder não muda ninguém, apenas revela quem essas pessoas efetivamente são"
17 de Fevereiro de 2013 às 18:07
247 – O partido que está sendo criado pela ex-ministra Marina Silva sugere propostas que impedem o ingresso de políticos corruptos e limita doações financeiras de empresas que atuam em setor que vão contra o que o movimento avalia como desenvolvimento sustentável – como os fabricantes de agrotóxicos, armas, tabaco e bebidas alcoólicas, por exemplo. Apesar disso, não se corromper será uma "tarefa árdua", avalia a vereadora Heloísa Helena, que está ao lado de Marina nesta missão.
Numa entrevista concedida ao site Congresso em Foco, a ex-presidenciável e fundadora do PSOL declara: "Eu aprendi, ao longo ao da árdua militância política, especialmente pelo estado onde eu vivo, que é Alagoas, que a tarefa é muito dura, dificílima. Mas o poder não muda ninguém, apenas revela quem essas pessoas efetivamente são. Então, é continuar trilhando os caminhos da ética, da justiça social e da sustentabilidade para dar ao Brasil a possibilidade de superar a fraude da falsa polarização PT-PSDB".
O partido, que será chamado de Rede Sustentabilidade, também prevê restrição ao número de reeleições de seus filiados e fará interpretações caso a caso de políticos que possuem condenações na justiça. Isso significa que candidatos condenados podem aderir ao partido, dependendo do caso, e que fichas-limpa nem sempre terão as portas abertas. O foco será barrar políticos condenados pelos crimes de improbidade administrativa e corrupção, por exemplo, e não ambientalistas e ruralistas que possam ter sido condenados "injustamente".
Em entrevista ao 247, o deputado Walter Feldman (PSDB-SP) afirma que a seleção dos filiados é parte importante da criação da legenda, pois evita a criação de um "exército de esfarrapados". Segundo ele, "os meios justificam os fins. O princípio da qualidade é fundamental para que a participação seja feita por pessoas de bens, e não por interesses escusos, muitas vezes criminosos".