PALANQUE MESTRE
“em homenagem ao meu pai – Aldêbar Mariano”
Roliço ou falquejado –
De pau ferro ou de lapacho,
Na coxilha ou no banhado,
Não importa, permanece entonado
Jamais perde a altivez;
Muitos não sabem, talvez,
Da importância no aramado,
Para mantê-lo aprumado
O “mestre” é que sustenta:
Sete cordas – puro aço,
Vãos de poste, vãos de tramas…
Singrando por cima da grama
Largas *quadras, vasto espaço!
Tal qual um palanque mestre
Permanece o patriarca,
Embora o rigor dos invernos
Também o vejo “entonado”;
Na aparência já curvado
Mas o “cerne” conserva por dentro,
Segue sem afrouxar nenhum tento
Palanqueando a nossa casa;
Com uma “visão” que extravasa,
Logrando a longa idade,
“Vê” além do que se enxerga…
Segue semeando na verga
Punhados de hombridade!
Sérgio Mathias Pereira
“dos versos que faço” – Setembro / 2012
*palanque mestre: poste principal que faz par, juntamente com o contramestre, em uma estrutura na cabeceira do aramado/cerca;
*quadra: aresta de uma quadra quadrada – 17.424 m2 – ou seja 132,00m, usada como referência de medida nos aramados/cerca.