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Operação prende secretários municipais no noroeste do RS

Operação Babilônia, que já resultou em 14 prisões (13 suspeitos investigados e um preso em flagrante por porte de arma), entre elas as de quatro secretários municipais no Interior, prossegue na Capital. Uma equipe da Polícia Civil começou por volta das 9h a fazer buscas em um endereço no bairro Bom Fim, área central de Porto Alegre. É uma empresa de produtos farmacêuticos.

Ainda estão ocorrendo buscas em outras sete cidades. Em Bom Progresso, onde a administração municipal é o principal foco da investigação, o prefeito, Armindo David Heinle (PP), preferiu não acompanhar o trabalho dos policiais na sede do executivo municipal. O prefeito não é alvo da investigação.

O vice-prefeito, Amauri Campos de Araujo (PDT), que está entre os investigados, teve seu afastamento do cargo decretado pela Justiça. A polícia fez buscas no endereço dele.

—  A gente sabia que a polícia de Três Passos tinha buscado pessoas para dar depoimento, pessoas que têm benefícios da prefeitura. Achei que podia ter algo (uma investigação), mas estou bem tranquilo, não tenho nada de suspeito — disse a Zero Hora Amauri, que é candidato à prefeitura.

Polícia desencadeou operação às 6h

A Delegacia Fazendária do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) desencadeou nesta manhã a Operação Babilônia, que apura fraudes na prefeitura de Bom Progresso, no noroeste do Estado. Entre os investigados, estão quatro secretários municipais, que já foram presos. Dois são filhos do prefeito Armindo David Heinle (PP).

A polícia fez buscas na casa do prefeito, já que um dos filhos, Jarbas Heinle, que é secretário da Saúde, mora com ele. O prefeito não é investigado na Operação Babilônia. Segundo o delegado Joerberth Nunes, titular da Delegacia Fazendária, Jarbas seria um dos mentores do esquema criminoso. O outro filho de Armindo que foi preso é o secretário de Finanças, Newton Jair Heinle.

Em torno de 250 policiais cumprem 13 ordens de prisão e 55 mandados de busca e apreensão em oito cidades, entre elas, Bom Progresso, Passo Fundo, Ijuí e Porto Alegre. Os presos estão sendo levados para a Delegacia Regional da Polícia Civil em Três Passos, onde está o diretor do Deic, delegado Guilherme Wondracek.

Os primeiros a serem presos em Bom Progresso foram dois secretários municipais e a mulher de um deles, que é dona de uma empresa investigada porque participaria de irregularidades na venda de produtos à prefeitura. Em Passo Fundo, foi capturado o dono de uma rede de farmácias. Armas e munição foram apreendidos.

Segundo a polícia, o valor desviado seria em torno de R$ 7 milhões nos últimos sete anos. A Justiça decretou a prisão de secretários municipais e de empresários e fornecedores de serviços que participariam do esquema que desvia dinheiro público fraudando licitações, programas como o Bolsa-Família, convênios para o fornecimento de medicamentos e até o sistema de transporte escolar da cidade de 2,3 mil habitantes. Entre os 21 investigados há políticos e candidatos do pleito de 2012.

Estão sendo feitas buscas na prefeitura de Bom Progresso, secretarias, residências dos suspeitos e nas sedes de empresas que tinham negócios com o executivo muncipal. O desvio de valores ocorreria por meio da compra de produtos que, apesar de não serem entregues, eram pagos pela prefeitura, assim como serviços supostamente realizados. Os pagamentos se embasavam, segundo a investigação, em notas frias.

Em mais de 40 mil ligações interceptadas com autorização judicial a polícia também apurou que suspeitos negociariam armas e teriam combinado estratégias para intimidar e ameaçar testemunhas da investigação. O inquérito tem cinco volumes e foi produzido a partir de um esquema especial de trabalho, já que havia riscos de vazamento de informações na cidade.(click RBS)