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Carlos Lupi não resiste a denúncias e pede demissão do Ministério do Trabalho

Carlos Lupi não é mais ministro do Trabalho. Após encontro com a presidenta Dilma Rousseff na tarde de domingo (4), o pedetista entregou seu cargo. Em nota publicada no começo da noite, Lupi atribui sua decisão à “perseguição política e pessoal da mídia” e à divulgação do parecer da Comissão de Ética da Presidência da República, que recomendava sua saída.

O agora ex-ministro era alvo de acusações desde o começo do mês passado. Entre outras irregularidades, reportagens publicadas na imprensa nacional davam conta de que assessores do ministério recebiam propina de ONGs para a manutenção de contratos assinados com a pasta, além de supostos benefícios a ONGs ligadas ao PDT. Outra acusação dava conta de que Lupi teria sido funcionário-fantasma da Câmara dos Deputados por seis anos, acumulando esse cargo com outro exercido na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o que é proibido pela Constituição.

Carlos Lupi é o sétimo ministro de Dilma Rousseff a cair desde a posse, no começo deste ano. De todos, apenas o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, não foi alvo de denúncias de corrupção. Segundo o Estado de S. Paulo, a tendência é de que Paulo Roberto dos Santos Pinto, secretário executivo da pasta, assuma o Ministério do Trabalho até o ano que vem, quando será feita a reforma ministerial. A ideia de Dilma Rousseff seria retirar a pasta do comando do PDT.

Abaixo, a íntegra da nota onde Carlos Lupi anuncia sua demissão:

Tendo em vista a perseguição política e pessoal da mídia que venho sofrendo há dois meses sem direito de defesa e sem provas; levando em conta a divulgação do parecer da Comissão de Ética da Presidência da República – que também me condenou sumariamente com base neste mesmo noticiário sem me dar direito de defesa — decidi pedir demissão do cargo que ocupo, em caráter irrevogável.

Faço isto para que o ódio das forças mais reacionárias e conservadoras deste país contra o Trabalhismo não contagie outros setores do Governo.

Foram praticamente cinco anos à frente do Ministério do Trabalho, milhões de empregos gerados, reconhecimento legal das centrais sindicais, qualificação de milhões de trabalhadores e regulamentação do ponto eletrônico para proteger o bom trabalhador e o bom empregador, entre outras realizações.

Saio com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence.

Carlos Lupi

Ministro do Trabalho e Emprego