O governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Justiça de Lula, Tarso Genro (PT), defendeu nesta quarta-feira (6) em aula magna na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) uma postura mais tolerante das pessoas e das autoridades em relação à utilização da maconha.
"Eu acho que, por exemplo, as pessoas terem tolerância com a cannabis sativa é diferente do que com a heroína. A maconha, muitos especialistas dizem que faz menos mal que cigarro. É o que dizem. Eu nunca vi alguém matar por ter fumado um cigarro de maconha", afirmou o governador em resposta à pergunta de um estudante sobre a questão da legalização da maconha.
A plateia, que lotava a reitoria da universidade, reagiu às declarações com gargalhadas. Em outro trecho, o governador afirmou que não fumava maconha quando era jovem apenas por questões de segurança.
"A gente não fumava maconha não é porque não tivesse vontade, mas porque as condições de insegurança que a gente vivia e trabalhava, na clandestinidade, adicionavam mais uma questão, que era a questão da maconha. Apenas por isso. Mas dizem que é muito saboroso", disse o governador, para mais risos da plateia.
Tarso ressaltou, entretanto, que não estava defendendo a descriminalização da maconha. "Na situação atual, na minha opinião a questão da legalização não ajudaria a combater essa situação, essa transformação da droga em dinheiro, dinheiro em droga, droga em poder, poder em política e assim por diante", disse Tarso.
Mas o governador reconheceu que é necessário "distinção" entre as várias drogas presentes no cotidiano das grandes cidades. "Eu acho que tem que fazer uma distinção científica sobre o que é comprometedor efetivamente da saúde e da sanidade mental pra trabalhar essa questão de maneira equilibrada. Não tenho nenhum preconceito", explicitou.
O tema da palestra de Tarso era "Democracia, Nação e República”.