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Tarso pede debate do modelo de pedágio ao Conselhão

Durante a cerimônia de instalação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) ontem, no Palácio Piratini, o governador Tarso Genro (PT) reiterou aos 90 integrantes do órgão a necessidade de se concluir ainda neste ano a discussão sobre um novo sistema de pedágios para o Estado.

O governo já possui um grupo de trabalho liderado pela Secretaria de Infraestrutura e Logística, com participação de entidades da sociedade civil, que debate o assunto. Para oficializar as discussões, será criada uma câmara temática no Conselhão.

É a partir desse colegiado – composto por até oito conselheiros – que sairá uma proposta a ser encaminhada ao governador. "Os pedágios são uma realidade constituída e precisamos lidar com ela. A questão é saber qual o melhor modelo", explicou Tarso.

Além de lideranças da sociedade civil, o CDES traz à cena política gaúcha figuras pouco habituadas a frequentar os corredores do Piratini, como o ator Werner Schünemann, o ex-técnico da seleção brasileira de futebol Dunga e a ginasta Daiane dos Santos.

Schünemann revela que só aceitou compor o órgão porque sabe que não precisará concordar com a linha de ação do governo.

"Quando o secretário (Marcelo Danéris, PT) me ligou para convidar a participar do conselho, perguntei se eu poderia incomodar. Nenhum dos conselheiros veio aqui para aplaudir", destaca.

Ele acredita que a função da estrutura é buscar soluções inovadoras para os problemas do Estado. "Temos que buscar soluções onde não se espera que elas existam. Porque nos lugares tradicionais não estamos encontrando", considera o ator.

Afastado da vida pública desde a derrota da seleção brasileira na Copa do Mundo 2010, Dunga pretende focar sua atuação na inclusão social de jovens. "O conselho é uma representação da sociedade que poderá trazer ideias ao governo", opina.

A ginasta Daiane dos Santos ressalta que não quer atuar exclusivamente na área de políticas públicas para o esporte. E mostrou sintonia com o discurso governamental.

"O Estado parou no tempo e há vários setores que precisam ser renovados. Sou educadora física e quero integrar a câmara temática do Pacto Gaúcho pela Educação", informa.

O Conselhão também conta com representantes de categorias e de áreas muitas vezes conflitantes, como empresários e trabalhadores. Mas ambas as partes garantem que iniciam os trabalhos com os espíritos desarmados.

"Estamos em um ambiente fortemente equilibrado. Não viemos aqui para fazer uma luta de classes", avisa o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul (CUT-RS), Celso Woyciechowski.
O presidente do Grupo Gerdau, André Gerdau Johannpeter, reforçou uma premissa ditada pelo governador.

"É importante que praticamente esqueçamos de que setor somos e coloquemos a agenda do Estado acima de tudo, sem abrir mão das nossas posições", pondera.

Para não engessar os trabalhos, o governador Tarso Genro fez um apelo à informalidade durante as reuniões do pleno do Conselhão – que serão bimestrais. "Não é uma sessão solene, é uma reunião de trabalho. Não precisam elogiar (o governo), podem criticar à vontade", garantiu.

CDES também discutirá forma do Conselho de Comunicação

O programa de governo de Tarso Genro (PT) prevê a criação de um Conselho Estadual de Comunicação para discutir políticas públicas para o setor. O órgão deve ser criado por projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa. Mas, antes de bater o martelo sobre o modelo, o Palácio Piratini realizará uma discussão dentro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), instalado ontem.

Na formatação inicial do Conselhão – divulgada pelo Jornal do Comércio na edição de 17 de dezembro de 2010 – estava prevista a estruturação de uma câmara temática para tratar do tema. Se chamaria "audiovisual e comunicação". Entretanto, entre os grupos que foram criados ontem, não figurava a câmara sobre comunicação.

Questionado pela reportagem sobre o assunto, Tarso disse que o colegiado não discutirá a criação de um conselho estadual para a área.

"Teremos uma câmara temática para produzir políticas de comunicação, não um conselho que tenha qualquer tipo de relação com controle ou com os meios privados", disse.

Pelo menos três conselheiros estão diretamente relacionados com a comunicação. O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, o presidente da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), Ercy Torma, e a professora universitária Maria Helena Weber. Schröder não soube explicar por que não havia a proposta de instalação da câmara temática para a área, conforme estava previsto. E ficou em dúvida sobre qual colegiado integrar para debater a comunicação.

A secretária estadual de Comunicação e Inclusão Digital, Vera Spolidoro (PT), garante que haverá sim um grupo específico para discutir o assunto. "Está em criação. Nos reuniremos com os conselheiros relacionados ao tema nos próximos dias", informa.