Tratado até aqui como “queridinho” de Dilma Rousseff, o PSB converteu-se em problema.
Em reunião com Antonio Palocci (PT-SP), na quarta (15), dirigentes do PSB pediram um terceiro ministério.
Dilma prometera duas cadeiras: Integração Nacional e Secretaria Nacional de Portos, vitaminada pelos aeroportos.
A legenda mais o Ministério da Saúde, em cuja cadeira deseja acomodar Ciro Gomes (PSB-CE).
Assim, o PSB manteria o plano de acomodar o pernambucano Fernando Bezerra na Integração e um deputado nos Portos (Márcio França ou Beto Albuquerque).
Palocci recolheu o pedido, mas não deu resposta. O impasse deve empurrar o fechamento do ministério de Dilma para a próxima semana.
Inicialmente, Dilma pretendia fechar o primeiro escalão até esta sexta (17), antes de sua diplomação no TSE, marcada para as 17h.
Um pedaço da direção do PSB insinua que, sem o terceiro ministério, prefere não partilhar a Esplanada. Apoiaria Dilma no Congresso sem indicar ministros.
Sob a conversa mole do apoio desinteressado, os deputados da legenda esgrimem uma ameaça no Congresso.
Reforçam a pregação em favor do lançamento de um candidato para disputar a presidência da Câmara contra o petista Marco Maia (RS).
Participaram da conversa com Palocci, futuro chefe da Casa Civil de Dilma, três “capas pretas” do PSB: Eduardo Campos, Roberto Amaral e Cid Gomes.
Cid, governador cearense, levou a Brasília uma resposta de Ciro. Disse que o irmão aceita o Ministério da Integração Nacional, para o qual Dilma o convidara.
O problema é que o governador pernembucano Eduardo Campos (foto), presidente do PSB, não aceita patrocinar Ciro senão em outra pasta.
Para a Integração, Campos insiste em apontar Fernando Bezerra, secretário de Desenvolvimento de seu governo.
De resto, Campos administra a irritação de sua bancada federal, que não digeriu a ideia de ficar sem um ministério.
Uma hipótese que se materializou depois que Dilma levou ao tabuleiro o nome de Ciro.
Se confirmado na Integração, Ciro forçaria o deslocamento de Bezerra para os Portos. E os deputados ficariam a ver navios.
Escrito por Josias de Souza às 00h43/uol//